sexta-feira, 9 de maio de 2008
PAULO MOREIRA LEITE - FALA DA MÃE DE TODOS
Minha mãe, quando eu a conheci.
Dona Cida Arruda era assim na segunda metade da década de 40. Seu pai, o líder Joaquim Arruda era analfabeto, porém liderava greves de camponeses na região de Jaboticabal e Monte Alto (SP). Cida já aos 7 anos pegava num cabo de enxada para ajudar o cultivo do algodão nas empreitadas do pai que era meieiro. Certa época, antes desse que escreve nascer, o velho Arruda foi cercado por uns capangas da fazenda próxima e apanhou como gente grande. Cida era a mais nova, depois vieram outras. Carregou o pai junto com duas irmãs até sua casa para cuidar do velho que ficou na cama por dois meses. Nesse período essa moça bonita que você vê aí trabalhou como um homem grande. Na família só tinha um homem, o restante eram todas mulheres. Estávamos no final do governo Getulio (o primeiro). Essa foto é de um documento chamado na época de "salvo conduto". Dona Cida ainda vive hoje e trabalha em sua casa. Está só. Não sei se a vida é bonita, mas de qualquer forma a vale a pena.
O Arrudão ainda viveu para conhecer o lider operário que se projetou no grande ABC. Saiu do Partidão em 61 (acho). Nunca mais se filiou a partido algum.
abraços
obrigado pela atenção.
Publicado no blog do jornalista Paulo Moreira Leite
http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/paulomoreiraleite/index.html?act=lkpost&arquivohtml=2008_05&postanch=post_19127451&ext=true
Jair Alves
Como diversos leitores, o dramaturgo Jair Alves enviou um texto e fotos em homenagem a sua mãe. O blogue publicará todas as mensagens recebidas até domingo.
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