sexta-feira, 12 de junho de 2009


Crítica sobre a peça O Dia Mais Frio do Ano

de Marcelo Rubens Paiva

http://cooperativa7985.ning.com/events/a-noite-mais-fria-do-ano

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Porque saí do Portal LN

Correspondência trocada entre a Jornalista Suely Pinheiro e a co-proprietária do Portal Luis Nassif.

A Jornalista pediu esclarecimento sobre a exclusão do dramaturgo Jair Alves e a partir dai desenvolveu-se a troca de impressões.

A postagem está postada em ordem inverdita. Portanto para compreender é preciso ler a partir do final até o topo da postagem.

Renata Sanches Pagliarussi

Sabia que a Anarquista usa esta mesma expressão, quando se vê acuada? ("você está me ameaçando?") Pena que você tenha deletado um comentário dela, depois que eu a interpelei na Caixa de Recados do Grupo Mídia.

Segundo: não a estava investigando, mas sim pesquisando para obter informações de onde surgiu a tal Anarquista Lúcida (???) e, para minha surpresa, dei de cara com você. Levei um susto, sabia? Felizmente, (não acha?) as coincidências entre a Renata (não, a verdadeira) e a Anarquista são grandes. Formada em Educação, lingüista, etc; Tese de mestrado, etc. Surpreendente, sabia? Mas, nada disso deve preocupar você. Ser a Anarquista Lúcida, não é tão mau assim. Afinal, ela goza de grande prestígio no Portal (ou não?), vide suas inserções para salvar a Mídia e a "dignidade do jornalismo brasileiro" (!?) Tem mais: as questões que você e Luis Nassif se negam a comentar. Tudo bem! Liberdade de expressão, não implica em responder a todas as perguntas. Tudo bem, mesmo! Só não entendo uma coisa, sinceramente, essa de entidades/seres (???) Desconhecia, estes itens. Eu só gostaria saber o quê não pode ser feito, para permanecer no Portal (que também não obriga ninguém a permanecer). Você reafirma sua moral, etc, etc. Mas, isso não está em jogo, ou está? Sobre você estar mentindo?! Eu não a considero mentirosa, apenas digo que você pensa, mas não consegue fazer. E pior, às vezes faz coisas sem pensar, como banir ao invés de ouvir.

Encerro a minha participação neste enredo. A palavra final é sua (sempre foi assim, não é mesmo?).

Boa sorte!

Suely Pinheiro

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Suely,

Você está me ameaçando? Estão me investigando? Para qual finalidade, mesmo? Ah... Lançar suspeitas de atividades escusas praticadas por mim?

Está me acusando, além de tudo, de mentir? Vocês acham que vão encher minha caixa postal com exigências e ameaças, com insinuações e eu tenho que não apenas me explicar, mas ser delicada?

Vocês acham que vão explicar a saída do Jair não por seu (dele) comportamento/atitudes, mas por uma tentativa de abafar uma imaginária ligação minha com sei lá quais entidades/seres suspeitos e com fins espúrios? E eu não apenas me explicaria, mas ainda seria delicada?

Realmente, vocês não me conhecem. Eu não tento enganar ninguém, coisa que deve ser novidade para vocês. Tenho a segurança e a certeza de uma vida pautada pela honestidade, pelo caráter e pela retidão moral.
..........


Renata,

Você não respondeu a nenhuma das questões. Está faltando com a verdade em relação ao Jair. Sabe que ele batalhou para evitar desgastes do LN no caso do Fundo anti Pig, com sua intermediação, inclusive. Dedicamos nos últimos dias muitas horas para não cometer injustiça, advinha com quem? Com você e principalmente com o LN. Havia indícios de uma pessoa com o mesmo nome seu e que poderia te ligar a Anarquista. Foi uma epopéia e tanto para nos esclarecer antes de sair por ai dando tiros. Você devia saber que a calunia é mortal, não existe reparo que conserte. Devia saber ao menos.
O Jair não foi avisado nem advertido de nada. O que ele fez afinal. Sua delicadeza, como disse anteriormente emociona. A qualidade dessa minha emoção vou não saber. Estou saindo. Importante que você saiba que a mim você não engana.

Vou repassar essa sua última mensagem para o Jair. Ele já usou os e-mails acima e não recebeu resposta. Você de fato não é a Renata que imaginávamos...Para o mal, muito menos para o bem. Isso está claro.

Boa sorte
Suely Pinheiro

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Prezada sra Suely,

O banimento de um membro nunca se dá antes de extensivos alertas, avisos e tentativas de mediação, como eu escrevi ali na caixa de recados do grupo de Mídia. De mais de 3mil membros, 2 foram banidos. E ambos banimentos foram precedidos desta comunicação e mediação.

Ainda assim, se necessária, a comunicação comigo ou LN é perfeitamente possível através de email externo, sendo o meu: blogdafenix@gmail.com. LN tem seu blog (comentários) e tem o email luisnassif@ig.com.br

A administração do Portal é feita por mim e por ele.

Renata Nassif

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Renata,

Sua delicadeza me comove, sabia?
Eu tenho sim o que tratar com você e diz respeito a minha inscrição no Portal. Quero saber o seguinte: digamos que por uma infelicidade minha, você ou Luis Nassif entenda que cometi um grave erro e venha ser banida do Portal. Como eu faço para saber as razões desse exclusão. Já que é um direito meu saber o que aconteceu. Explico: não podendo me comunicar como faço agora, internamente, pois minha inscrição estará cancelada, logo sem acesso a você e ao seu marido? Já que não posso advogar pelos meus amigos, quero ao menos saber como procedo nesse caso, absolutamente pessoal?

Por outra quero saber quem é o administrador do Portal, você ou Luis Nassif?

Suely Pinheiro

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Prezada Sra Suely,
não recebi nenhuma mensagem sua.

Se a sua mensagem tem por objetivo tomar satisfações comigo sobre qualquer membro do Portal que não a senhora mesma, não importa que sua mensagem tenha sido perdida, pois ela seria, assim, inútil.

Se a senhora enviou uma mensagem, como outros, lançando de acusações ou insinuações sobre interesses escusos por parte de LN, ou acusações à minha pessoa, como outros que escreveram em nome do Jair já o fizeram, mais uma vez pouco importa que sua mensagem tenha sido perdida, pois ela seria mais uma vez inútil e direcionada de imediato para a minha lixeira.

Agora, se a senhora tem outros assuntos para tratar, minha caixa postal está aberta para a senhora.

Renata Nassif

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Date: Sun, 29 Mar 2009 15:53:25 +0000
From: Suely Pinheiro
To: Renata
Senhora,
Já enviei por e-mail (fora do Portal) minha posição a respeito. Espero que receba e possa me responder.
Em tempo: o Jair alega que não recebeu resposta alguma sobre sua saída. Ao menos porque só ele. Genericamente sim, na Caixa de Recados.

Para responder a esta mensagem, clique aqui: http://blogln.ning.com/profiles/message/listInbox

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mediocridade

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Na Comunidade do Blog de Luiz Nassif nas discussões postadas no Forum, vez ou outra aparece uma imbecilidade que é quase impossível combatê-la. Tendo fazer aqui esse trabalho, já que lá, naquele Forum sem regras vale tudo, predominando a absoluta falta de ética. Há semanas um desmiolado postou algo parecido como: Lula é um farsante, um fraco...Você concorda? A partir daí vem um monte de asneiras com desdobramentos impessados. Vou deixar acima um link dessa matéria para a posteridade e reproduzo aqui todas as minhas intervenções. Estou sacando as mesmas desse tópico ao qual me refiro.


Responder até Jair Alves em 27 novembro 2008 at 20:56
Maria Dirce,


Esperei o quanto foi possível. Mas vendo uma pessoa de coragem como você vindo aqui para soltar o verbo acabo tomando um pouco "de vergonha na cara" e me manifestando a partir de seu comentário. Imagine você se eu postasse algum tópico com esse título: Serafim Ponte Grande (digamos que ele fosse um participante dessa Comunidade) mau-caráter, desprezível, sem-vergonha, ou apenas ser humano?". Pode ter certeza quinze minutos depois alguém ia cuidar de reclamar para a direção da Comunidade e eu seria advertido. Disso eu não tenho nenhuma dúvida. Agora, o que acontece é que sem o menor pudor alguém posta esta porcaria, ainda que usando de retórica, mas levanta a possibilidade dele o presidente da República ser o que está sendo ventilado como possível.

Li um pouco a porcaria do texto que dá inicio a esse tópico e lá encontro a primeira da podre retórica: todos se lembram da esperança de 2002....é mais ou menos isso, não tenho hábito de recortar texto de outras pessoas. Ai me lembro do desatinado que teve a idéia de usar essa retórica que a história não começou em 2002. Lembro, só para ficar próximo de você, que em 1973 viajei para a sua região - Lençois Paulista, cheguei até a me apresentar um ginásio de esportes com a peça Morte e Vida Severina e vi no rosto esperançoso daqueles professores jovens que de subversivos não tinham nada, só queriam um futuro para esse país. Prezada Dirce, o futuro chegou estamos vivendo hoje tudo aquilo que aqueles jovens professores e mais jovens alunos ainda sonhavam - um Brasil. Perto dali, soube que na Diocese de Lins alguns padres tinham sido perseguidos, presos, torturados, só porque queriam levar a palavra de uma Igreja libertadora etc etc. Fui conhecer alguns desses padres. Mais à frente, em Presidente Venceslau fui visitar alguns outros padres presos, dentre eles Frei Beto e outros que não soube identificar na época, Frei Fernando me parece. Ai querido Dirce lembra que esse homem que ontem olhava aquela Santa Catarina alagada com os olhos cheios de lágrima se manifestava como o líder de uma Nação - a Nação Brasileira. Aprendi com aqueles padres encarcerados quando já não acreditava mais em Deus, como ainda continuo não acreditando (acredito nos homens) que não existe líder sem grupo. E esse homem que algum oportunista quis usar de uma retórica podre comparando-o a farsante, lidera não só pessoas, mas sonhos, história e geografia de uma parcela significativa do Brasil - com toda certeza a maioria. Em nome de quem os profetas de feira se julgam no direito cogitar tamanhas blasfêmias. Pergunto que um gaiato desses teria coragem de substituir o nome de Lula pelo nome da própria mãe? É claro que não.

Cara Dirce, passado uns dias, o mesmo autor dessa porcaria de tópico, vem revelar sua verdadeira vocação. Com a irresponsabilidade que é próprio dos covardes que não valorizam o poder das palavras, por isso não pensam ao escrevê-las, assume que esta fazendo campanha para um determinado político. Nada contra pessoa do político, porém ao fazer essa inserção está evidente que está negando o trabalho coletivo, o esforço coletivo, o interesse coletivo de quem se faz representar por partido. Hoje leio que alguém ainda cai no desatino de acreditar em nomes. Volto a lembrar o que disse aquele padre torturado e que morreu anos depois num trágico acidente. Não existe líder sem grupo, não existe grupo se líder. Prezadíssima, tomei coragem na sua coragem, e agora é só esperar as pedradas. Deus salve o povo.

EM SEGUIDA CALIBAN RESPONDER APOIANDO MINHA INTERVENÇÃO

Responder até Caliban em 27 novembro 2008 at 23:30
Prezado Sr. Jair,


Quero parabeniza-lo pela abordagem corajosa e direta, sem "dourar pilulas" . Concordo inteiramente com o seu enfoque. "Farsante", realmente, eh um adjetivo pesado demais, alem de totalmente desrespeitoso, ainda que a retorica gaiata seja travestida de "insinuacao".

Eh impressionante que os esforcos e a dedicacao de centenas, senao de milhares, de pessoas que, anonima e decisivamente, trabalharam e continuam trabalhando para mudar a face deste Pais, sejam ignorados e simplesmente elas sejam relegadas a um plano secundario, como mera "massa de manobra" de um lider carismatico.

Qual seria o objetivo oculto de se fazer uma afirmacao tao leviana e, ao mesmo tempo, tao "ingenua" ?

Parabens pela critica inteligente e lucida e, sobretudo, pela coragem de expor suas ideias sem medo das pedras !

AI COMO NÃO SE REGTSTROU NENHUM OUTRA INTERVENÇÃO EM DEFESA DE LULA, REAPARECE DAS CINZAS UMA FIGURA EXÓTICA ESCREVENDO COMO PROVOCAÇÃO:

até Anarquista Lúcida em 29 novembro 2008 at 0:44
Acho impressionante como os adeptos da "santificação" do Lula conseguem deturpar o dito por outros. Conseguem transformar um texto que defende o Lula num xingamento contra ele, pelo simples fato do autor do tópico, numa pergunta retórica, admitir a possibilidade de outras pessoas acharem o Lula farsante, e ir contra essa opiniao. E querem proibir qualquer um de pensar diferente deles. Crime de lesa-majestade! Votar em outro candidato, entao, deve merecer pena de morte. Democracia é um mero detalhe. Francamente, nao vêem o quanto a proibição do pensamento é danosa, e favorece no fundo a Direita. É a Direita que precisa de pensamento único. Ou o estalinismo, claro. Mas nao dá mais para ser estalinista hoje, nao é nao?
Anarquista Lúcida

ALGUÉM, PROVAVELMENTE ARTICULADO PERGUNTA SE ERA COM ELE A PROVOCAÇÃO. ELA NATURALMENTE RESPONDE QUE NÃO. Eu também respondo:

Responder até Jair Alves em 30 novembro 2008 at 14:40

Seja lá que nome tenha,

A última coisa que você deve sentir é no papel de vítima -

Você me provocou por três vezes. Não costumo recortar o que escrevem outras pessoas por que acho isso nojento, mas basta olhar na seqüência das postagens. Escrevi inicialmente para dar o troco ao mau gosto do autor do tópico e você se meteu. Vai procurar sua turma.. Me deixa em paz.

Layr levantou a bola para você reforçar que tem alguém "santificando". Um extraterrestre inventou mais esse bordão para continuar na campanha caluniosa com Lula e todos os que de alguma forma defendem o seu governo. Esses métodos são todos manjados e desde há muito. Inventa-se um inimigo, ou um motivo para poder desfiar o proselitismo primário. No passado foram a desculpa foi os “comunistas”, depois os nordestinos, os bichas, ou corintianos ou para muitos os norte-americanos. Depois se inventa defesas para continuar com essa provocação infindável. Do tipo “interditaram o debate” etc. Não tenho que me explicar em relação a nada você. Nem sei se existe. O macaco com certeza, do contrário não teríamos a foto dele. Também adoro os primatas, não você, não a conheço. Nem sei a que gênero humano pertence. Então?

Isso tudo sem agredir outras pessoas. Você não é pessoa. É uma anarquista Lúcida, que se apresenta como um Símio antropomorfo. Não reclame. Se quiser parar por aqui pra mim tudo bem. Do contrário à gente continua.

COMO INEXISTE ARGUMENTAÇÃO PARA DISCUTIR A QUESTÃO CENTRAL DA POSTAGEM TUDO PARECIA QUE IA ESFRIAR. NO ENTANTO SURGIR "PARA VALER" UM FAZENDEIRO TRANSVESTIDO DE ESQUERDA RADICAL PARA REQUENTAR O BATE BOCA. LEIA SÓ:

Responder até arkx em 1 dezembro 2008 at 22:08

Jair,

você tem talento, inteligência e experiência suficiente para ficar se perdendo nesta ranhetice besta.

já tentei por mais de uma vez fazer com que você compreenda isto.

seus posts e comentários sobre arte e cultura sempre foram instigantes e de alto nível de qualidade. ao contrário desta agressividade despropositada e inútil ao discutir política.

em seus textos sobre produção cultural é flagrante uma compreensão de profundidade e complexidade dos problemas da área.

também ressalto que você me pareceu ser um dos poucos que de fato percebe a necessidade de criar formas alternativas de financiamento de circulação para viabilizar uma produção cultural independente.

você tem enorme contribuição a dar para esta Comunidade, que não seja apenas ficar tentando irritar as pessoas e perturbar o andamento dos posts com os quais você não concorda.

você está desperdiçando sua capacidade e impedindo que os demais participantes desfrutem de suas qualidades.

.
p.s.: nem tente me provocar! você tá cansado de saber que eu não aceito provocações.


NO QUE EU RESPONDI:

Responder até Jair Alves em 4 dezembro 2008 at 10:14


proprietário rural,

Não me consta que eu tenha me dirigido a vc nesse tópico. Dispenso sua avaliação a meu respeito seja positiva ou não.

Dispenso esse seu tom de capataz de fazenda dizendo o que devo ou não fazer. Sua abstração quanto aos santificadores de Lula para mim nada quer dizer. Vontade não me faltou de mandá-lo para onde nunca deveria ter saído, porém tenho me concentrado no absurdo do titulo. Perguntei ao autor da façanha porque ele não substituía o nome de Lula (no título) pelo de sua mãe e ver se ele acharia normal alguém assim se expressar. Você acostumado a entulhar os tópicos com suas infindáveis citações, nada disse a respeito dessa retórica podre do autor. Por que não saiu em sua defesa – da livre expressão?

A escassez de vocabulário fez alguns se entregarem a ridicularizar a "santificação a Lula". Isso existe? Quem expressa de longe uma devoção e crença ao presidente da Republica é a população simples, desassistida durante séculos. São eles a quem criticam? Em verdade são vocês todos que se excitam com essa rinha de galo é que se postam como beatos. Observe: alguém aqui me provocou tentando me colocar como “petista”, como se petista fosse uma chaga. Eu posso ser ou não a favor do Partido dos Trabalhadores, o problema é meu. Defendo ou critico seus militantes a hora que eu quiser. Não me parece que aqui seja o fórum adequado.

Vc proprietário rural gaba-se da vida abastada que leva na sua propriedade agrícola e ainda vem insinuar que irrito as pessoas? Sempre que pode exercita a sua arrogância ou ameaça sair do debate dizendo mais ou menos que (não brinco mais). É você que se irrita, dependendo do número de copos de leite (de cabra, vaca ou cobra?) que toma. O que te irrita é alguns outros é o que escrevo. Escrevo a exatos quarenta anos. Nunca sofri um processo de difamação. Fui sim processado e preso por outros motivos, mas não é caso, isso não te interessa. Você agora está escudado por uma legião de figuras exóticas que não vai demorar será conhecida como um exército de ridículos. Quem mais se inscreve? Tem aquela que se esconde por trás de uma mascara de macaco que confessa quando baixa a guarda que nem conhecia os teóricos do Anarquismo. Adota um codinome que pressupõe existir duas categorias de anarquistas. Ela naturalmente se julga lúcida. O que são os demais anarquistas – malucos ou petistas? Essa não tem direito de chamar ninguém de palhaço (ao menos no sentido pejorativo). Chega a ameaçar pedir punição para aqueles que defendem a sua liberdade de escolha. Acusa a quem se defende de fazer propaganda política partidária e o que faz quando tenta, ridicularizar o presidente da República e seus seguidores. Quanto a vc Eduardo, mesmo que no condicional a sua intenção sempre foi uma, desqualificar a ministra que sequer colocou seu nome em discussão para indicar o seu candidato a presidência daqui a dois anos. Sua irresponsabilidade é visível e seu desconhecimento da realidade é gritante. Basta ler as demais inserções que fez em outras instancias da Comunidade.

Essa nuance é ignorada na hora de me insultar, me provocar.

Proprietário rural - eu não me dirigi nem a ela, nem a vc e nenhum momento porque em vezes anteriores sua índole estava revelada. Respondi aqui por conta da agressão e insulto sofrido. Quanto a você devolvo essa minha avaliação em troca da que fez no domingo a meu respeito. Vc não tem a menor preocupação com a coerência, segue o seu impulso doentio de provocar àqueles que tem uma história a defender. VC se mete em discussões inventando citações como um arquivista neurótico. Qualquer texto, corte de texto colocado fora de contexto pode surtir efeito inteiramente contrário. É tão inconseqüente que chega a criticar, em outro tópico, os que fazem campanha lulista e também os anti-lulistas (as palavras são suas), ao mesmo tempo em que se gaba de ser um crítico contumaz de Luis Ignácio Lula da Silva. A quem pretende enganar. Não precisa responder (parodiando o personagem de um antigo programa humorístico, justamente usando um macaco como personagem). A mim vc não engana.


A BAIXARIA COMEU SOLTO E EU RESPONDI FINALMENTE:

Responder até Jair Alves em 5 dezembro 2008 at 7:47
Ah Eduardo,


Agora entendi. Você chama Maria Dirce de anjinho. Está entendido. Mas sobre a questão da defesa. Você está com 47 anos, correto? Funcionário público, certo? Não pode estar com nenhum problema neurológico, correto? É muito novo pra isso. Então, se esqueceu que neste tópico você foi o primeiro a defender um político e veja você que ele também defende o governo de Lula, ou não? Então por que reclama, tem acesso de risos. Ou será que chamando Lula farsante você está defendendo Lula? Então o problema seu é muito pior. Você tem antes de completar o curso de direito passar primeiro alguns anos de realfabetizando.

Mas sabe o que eu verdadeiramente acho? Você pensa que engana mas não engana. Esse é a questão. Você precisa viver uns tempos aqui no estado de São Paulo. Vai perceber logo o inferno que o Psdb criou por aqui. Você inadvertidamente criou uma situação emblemática. Lembra daquela moça que num jogo do Brasil e Chile soltou um daqueles sinalizadores em pleno Maracanã e acertou o goleiro chileno Rojas? Pois é, você com essa porcaria de Tópíco fez o mesmo. E olha que sua experiência com política é das mais acidentadas, não?

Você tem uma saída. Você é um único responsável por isso tudo, no entanto é o único que tem poder para refazer texto aqui. Ninguém mais, sabia? Basta que você refaça o título de uma forma que as pessoas como nós cidadãos normais possa entender. Sabe como é, o nível de educação no Brasil é muito baixo, vide a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo o que faz? Não faz nada. Então, você não pode culpar as demais pessoas. Vá lá meu rapaz exercite o seu direito, mude o título. Se não quiser mudar o texto não precisa, mas não faça propaganda enganosa. Acho até que pode e deve (é seu direito) defender outro candidato que não seja a Dilma, porque você tem informações que te qualifica para dizer que ela não serve. Seu candidato é outro. Vai nessa. Mas não crie mais confusão. Uso essa expressão para não usar outra mais conhecida e mais agressiva. Não faço isso para não dar chance ao pessoal do amendoim que fica se aproveitando da obra alheia. PRESTENÇÃO! - a expressão se aproveitando da obra alheia tem o mesmo sentido da expressão usada neste mesmo tópico, considerada por muita gente do amendoim como grosseira. Sabe porque isso aconteceu? Porque eles não leem nada. Mas você não, você lê. Só não lê o que escreve. Mas tudo bem.
Mas não se esqueça, estarei aqui até o final para te proteger, para não ser atacado pelo ira dos "santificadores de Lula".


O TEÓRICO DA TURMA FAZ UMA ULTIMA OBSERVAÇÃO PARA OS SEUS SEGUIDORES;

há notáveis experiências em Porto Alegre, com Olívio Dutra e Tarso Genro, e com Erundina (Paul Singer) e mesmo a Marta em São Paulo.

diversos cidades menores administradas pelo PT e que adotaram o modelo de orçamento participativo são uma inestimável fonte de experiência.

abraços

NO QUE SURPREENDENTEMENTE O AUTOR DA PORCARIA DO TÓPICO RESPONDE:

Responder até Eduardo Ramos em 6 dezembro 2008 at 16:07

Confesso que desconheço essa experiência, só ouvi falar "por alto", mas fico feliz que haja cidades em que tenha dado certo... Abço.
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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Raul Cortez e Gianfrancesco Guarnieri?

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Raul Cortez e Gianfrancesco Guarnieri?
Por quê Raul Cortez e Gianfrancesco Guarnieri se tornaram Ídolos da Classe Dominante, nos dias atuais?

A pergunta se justifica porque é bom lembrar que ambos foram, há seu tempo, ícones na luta contra a Ditadura Militar. Raul encarnou Teteriev, em PEQUENOS BURGUESES, nos primeiros momentos do Golpe de Estado e, mais tarde, Manguari Pistolão, em RASGA CORAÇÃO, na passagem para a redemocratização do País, em 79. Já Guarnieri, além de eternizar sua interpretação em ARENA CONTA ZUMBI, foi o responsável, talvez, pela mais completa obra da dramaturgia brasileira contra o Estado Totalitário em - O PONTO DE PARTIDA. Além disso, foi sem dúvida o mais eficaz dramaturgo, na luta pela redemocratização do Brasil. Porque, então, agora a imprensa que se sustenta com L'argent de uma classe média abastada, pisa na cabeça e joga dejetos no projeto que moderniza o país? O caminho para entender essa esquizofrenia social é longa, e precisa de leitura e algum esforço para assimilar a própria história brasileira, a partir da segunda metade do século passado. Não faz tanto tempo assim. Hoje mesmo, o Banco Itaú patrocina exposição (com dinheiro de todos os assalariados, que ganham mais de 20 mil reais, anualmente), tendo como tema a Bossa Nova, quando tudo teria começado.

Então comecemos: a rapaziada e essa moçada, bronzeada, já ouviram falar dos 50 anos em cinco? Pois bem, este foi o Jargão Político (hoje, denominada peça publicitária) que sustentou o governo JK. Juscelino queria tirar o atraso do Brasil e construiu, como se tirasse uma costela de Adão, a sua BRASÍLIA. O anseio do Presidente não era Comunista, mas de seus colaboradores, sim. Os militares sempre odiaram a arquitetura de Brasília, uma vez que ela é libertária. De onde surgiu à expressão - Brasil, país do futuro? (título do livro de Stefan Zweig, publicado em 1941. Um belo livro que pode ser lido em http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paisdofuturo.html. - citado por Henrique Marques Porto). Foi, justamente nesse período que mais se usou a expressão. O desenvolvimento trouxe participação popular, inclusão social (diriam, hoje), e isso não era bom para os mesmos que sustentam essa imprensa tendenciosa, nos dias atuais. Descontentes (em 64), saíram às ruas com rosário nas mãos, e se aliaram aos de fardas verdes. Mas, ao final, os militares acabaram gostando da estória, ficando em Brasília e, ajudando na construção do Império da Rede Globo. Não demorou muito, e essa mesma classe média percebeu que poderia perder, nas Câmaras de Tortura, seus entes queridos. O ponto de partida não poderia ser outro, a não ser a morte do jornalista Vladimir Herzog. Não é difícil entender a parábola criada por Guarnieri, ao escrever - no ano seguinte - a peça (homônima), apresentada num bairro judeu de São Paulo. Seria duvidar da inteligência do leitor.

Como disse um importante "quadro" da Ação Popular, na década de 60 e ex-estudante da Universidade Católica de São Paulo "os militantes da AP concluíram seu curso universitário, tornando-se membros dessa classe dominante". Hoje, ainda fazem parte da oposição ao Regime Militar, mas ele já acabou! Eu diria mais, eles se transformaram no partido político que melhor representa a resistência ao desenvolvimento humano e social no Brasil. A expressão "Tucana" vem da palavra TUCA (Teatro da Universidade Católica), grupo de teatro muito importante, da década de 60.

Mas, voltemos a Raul e Guarnieri. Eles, de fato, têm uma contribuição inestimável à Cultura e ao desenvolvimento da Nação brasileira que se formou no pós-guerra - isso é inquestionável. O mesmo se pode dizer da importância do Grupo Tuca e de boa parte dos acadêmicos que ali se formaram, nas décadas de 70 e 80. Isso não impediu, no entanto, que esse legado seja usado como porta estandarte dessa mesma imprensa blasé, arrogante e retrógrada.

Quando um de seus funcionários ousa dizer o contrário - como aconteceu recentemente com o crítico de música Jota Medeiros "Caetano, o Rei e o show de naftalina", jogam bosta na Geni, como fez Caetano "Como é que qualquer editor deixa sair um texto, com tantos erros de português, tantas redundâncias e obscuridades, tamanha incapacidade de articular pensamentos?" Só faltou dizer que Jota Medeiros vota em Lula. Veja só, essa gente só aplaude a transformação quando é espelho. Do contrário - "ao fogo dos infernos seus língua-presa, analfabetos, sujos, malvados e mal-cheirosos".

sábado, 26 de julho de 2008

NO BLOG DO NASSIF


ARTES, LITERATURA E A CIVILIZAÇÃO: ELAS QUE SE DANEM!
Publicado por Jair Alves em 21 July 2008 às 13:19 em Mídia

Poderia a arte e a literatura atuar, positivamente, na solução de questões nacionais? Poderia, mas por enquanto não. Esse entrave é a predominância de um embate político partidário, na imprensa diária, que ela não consegue se livrar e que já encheu os “picuás”.

Em entrevista recente, ao ex-deputado e ex-ministro José Dirceu, um ex-líder estudantil e ex-parlamentar do PT, Vladimir Palmeira, surpreendeu a todos dizendo que, se vencedor, o Movimento Estudantil de 68 desembocaria numa extraordinária produção artístico-cultural. Se verdadeira esta afirmativa (acho que sim) seria mais uma prova da importância que a cultura tem na vida de cada cidadão. Surpreendente, também, que nos dias de hoje, com a liberdade de expressão que desfrutamos, não experimentemos essa explosão criativa.

Para inverter esta tendência, ou seja, a polarização citada acima para o retorno das artes e da literatura, na vida dos brasileiros, antes de tudo será preciso um esforço dos profissionais dos três (3) setores (arte, literatura e imprensa), na busca de pautas ligadas à contemporaneidade. A vida do brasileiro não se resume ao Parlamento e a sua relação com as redações dos maiores veículos de Comunicação. O país pulsa e se desenvolve, através de outros segmentos: econômico, histórico e cultural, o que, seguramente, não está sendo refletido nas páginas dos jornais, tão pouco nos palcos brasileiros. A literatura, talvez, seja a exceção, no entanto padece de um entrave gigantesco. A Indústria Editorial está atrelada a determinados pontos de distribuição e venda dessa produção, enquanto o volume de títulos, anual, é muito grande em relação ao mercado consumidor existente. Este precisa se expandir, porém encontra aí seu maior obstáculo: a imprensa especializada que restringe esta venda a um universo muito estreito da população, aquela que tem renda familiar, acima de dez (10) salários mínimos.

Um outro fator que contribui, significativamente, para emperrar uma pauta que discuta nosso desenvolvimento, principalmente nosso subdesenvolvimento, é a omissão sobre a realidade das décadas de 80 e 90, projetada nos dias atuais. Este período não é levado em consideração e, curiosamente, quando se evoca a memória, busca-se o passado anterior à movimentação desse período. A própria expressão “década perdida”, já é uma forma de se escamotear à realidade, uma vez que houve, de fato, uma história política e cultural.

Na virada da década de 70 para 80, surgiu um tipo de literatura que acabou contagiando as demais formas de expressão - a literatura confessional. No que consiste esta literatura? No relato da história, pessoal, como reflexo do período em que viveu o personagem principal e autor da obra. Os casos mais expressivos (em número) são: do jornalista e militante, Fernando Gabeira (O que é isso companheiro); e, de importância, o, hoje, escritor consagrado, Marcelo Rubens Paiva (Feliz ano Velho). A pergunta que fica é por que se vendeu tanto livro, nesse período? Porque havia uma demanda, reprimida, na maioria da população jovem, potencialmente apta a ler esses relatos. Para eles, era uma curiosidade muito grande saber como viviam os personagens, clandestinos ou, como no caso de Marcelo Rubens Paiva, fechados em suas pequenas tribos.

A Censura criou essa expectativa, ao longo dos anos de chumbo, assim, esta literatura que influenciou o teatro (no caso de Paiva) e cinema (no caso de Gabeira), desenvolveu um mercado, embora não tenha criado vínculos com a literatura mais elaborada. Nesse vazio, as Editoras foram obrigadas a dar toda força para a literatura de auto-ajuda. A situação não é tão simples assim, automática, mas apresenta algumas evidencias da falta de espaço para aqueles que se detiveram a desenvolver uma escrita contemporânea. Um dos exemplos se manifestou na demora das filmagens do livro de Gabeira - praticamente 15 anos depois. Esta demora transformou a película, num quase pastiche, o que motivou muitos e justos protestos. O filme foi exibido, em muitos festivais, como de ação e não um filme político. Esta é a prova que a informação histórica trazida pelo autor do livro, por essa época, já tinha sido absorvida pela realidade e pelos debates que se seguiram, dessa vez pela imprensa.

Hoje, resta o “esquecimento” sobre a década de 80, até o filme “Entreatos”, de João Moreira Salles, que documenta a chegada de Lula à Presidência da República, como o fator principal do boicote a uma arte e literatura mais atuante, mais ousada. O grande trunfo das Artes e da Literatura é fazer pensar, o que pode ser mortal para o status quo. É preciso dar voz e vez àqueles que ousam sonhar o futuro como fizeram, no passado, os grandes artistas da década de 60 e 70. Tanto no teatro quanto na literatura, é necessário resgatar a fábula, como fizeram as montagens do Grupo Oficina, Movimento Tropicalista e a Bossa Nova - Inventar uma nova forma de expressão, é inventar um mundo melhor.

A minha referência é a prosopopéia “Panamérica”, de José Agripino de Paula, falecido no ano passado. Para alguns, é a poesia, concretista, dos Irmãos Campos, enquanto para outros é o poeta Paulo Leminski ou a escritora Clarice Lispector. Mas, todos eles, nos levam ao Paraíso. Ao ter meu início de noite, invadido por personagens, via satélite, que não teriam sequer espaço nos livros de Adelaide Carraro, nem mesmo no seu livro campeão de vendas (Eu e o Governador), me pergunto: Que país é esse? Quase sempre, me lembro de Renato Russo, Cazuza e Cássia Eller: artistas estes que se foram, antes de ter o merecido reconhecimento. Reconhecimento, para mim, é imaginar o Maracanã ou o Morumbi, lotados, gritando a todo pulmão: Oh; Oh; Oh; Renato é nosso Rei. Uh; Uh; Uh; a Cássia é a nossa vez. Cazuza, idem!

Jair Alves - Dramaturgo/SP

(*) Título inspirado na composição de Gilberto Gil, "Cultura e Civilização": A cultura e a civilização, elas que se danem, ou não!

Responder até Carlos em 21 July 2008 at 14:59
Não podemos comparar os dias de hoje com os anos sessenta. Aliás, não devemos fazer esta comparação. Aqueles foram anos revolucionários, seja na música, no teatro, no cinema. Não foram revolucionários porque alguém ou algum grupo, de repente, resolveu que seriam assim. Há que se considerar todo o contexto histórico, cultural e político que antecederam aquelas mudanças. Discordo quando você diz: "Surpreendente, também, que nos dias de hoje, com a liberdade de expressão que desfrutamos, não experimentemos essa explosão criativa." A coisa é muito mais complexa. Não basta liberdade de expressão para que se dê explosão criativa. Tem que ter matéria-prima. Nos anos sessenta havia de sobra. Pegue o exemplo da música tropicalista: elementos da bossa-nova mais elementos do rock (pop britânico e psicodelismo, principalmente), transformados por talentos como Caetano, Gil, Tom Zé, Rogério Duprat, Julio Medaglia e por aí vai.
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Responder até Jair Alves em 21 July 2008 at 15:36
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Meu caro Carlos,

Vc discorda por discordar. É evidente que aqueles anos foram diferentes dos atuais. Eu não disse o contrário. Nassif postou neste final de semana algumas gravações antes da Bossa Nova, é visível a transformação é tão pouco tempo. Evidente que mais tarde surgiram Tropicalismo e outras manifestações. Tudo isso em resposta as grandes transformações economicas e sociais de então. Hj também passamos por essas transformações, contudo, os mecanismos de propagação dessas transformações estão "encruados", como disse em gravação
telefonica receptada, o ilustra "DANIEL DANTAS". Reside ai o problema. Daí dizer que este canal recém criado por Nassif. É DEZ.!!!

grato pela participação. Se puder leia de novo o meu post

jair
Responder até Henrique Marques Porto em 21 July 2008 at 18:18
Caro Jair,
"Poderia a arte e a literatura atuar, positivamente, na solução de questões nacionais?" A pergunta de abertura, aparentente simples, na verdade aponta para cabeludíssimo tema que já provocou calvície precoce em muitos intelectuais. Se não estou enganado, o tema é Estética. Nem me atrevo a aprofundar. Mas fico com vontade de reler "Literatura e Vida Nacional", de Antonio Gramsci, livro que li há mais trinta anos e que trata do assunto. [Alguns afirmam que este livro esboça as linhas do que poderia vir a ser uma "estética marxista" -nada a ver com o "realismo socialista"-, já que Marx ou Engels não escreveram sobre estética.] Ferreira Gullar cuidou do tema. Leandro Konder também. Que tal encomendar um texto ao Gullar, por exemplo, para ampliar e apimentar o debate? Acho que ele toparia. Não sei se a saúde perrmitiria ao Konder escrever.
Vou apenas fazer uma pequena observação. Vivi intensamente os movimentos de 1968 -como alguns de nós- e tenho impressão diferente daquela do Vladimir. Não chego a me surpreender com a afirmação que especula com a hipótese de que "se vencedor, o Movimento Estudantil de 68 desembocaria numa extraordinária produção artístico-cultural". Afirmação estranha e esquisita. A explosão cultural e artística imaginada por Vladimir já tinha acontecido! Vinha acontecendo desde o finalzinho dos anos 50. Os movimentos estudantis do final da década de 60 foram, eles próprios, um dos resultados daquela explosão política, cultural e artística iniciada bem antes -aqui e em outras partes do mundo. Acho que Vladimir, de cima dos caixotes nos comícios-relâmpagos da Av. Rio Branco no Rio não conseguia observar o processo cultural em curso. E há uma questão ainda aberta sobre aquele ano fatídico. 1968 foi o começo (interrompido) de alguma coisa ou foi o fim de um processo? E para Zuenir Ventura nem terminou! Assim, 1968 acaba mitificado por uns e mistificado por outros. Certo mesmo é que um ano depois, em Woodstock, jovens de todas as partes do mundo se reuniram numa celebração hoje histórica. Ninguém sabia, mas era uma festa de despedida.
Abraços
Henrique Marques Porto
► Responder esta
Caro Henrique,

Vc foi na mosca. Exatamente isso. Fui símpático (assim acredito) ao deixar a autoria do grande "achado" a Vladimir. Na verdade quem anda falando que aquilo seria uma revolução cultural é o Zé Dirceu (que hoje precisa explicar outras coisas mais apimentadas). Quanto a parte final de seu comentário digo que é complementar ao que modestamente eu quis escrever.

Quanto a um colaborador de peso Gullar ou Konder, só mesmo o Nassif para sensibilizar essa "rapaziada". Endosso sua sugestão.

Só lembrando que esse debate é sobre mídia, e ai inevitavelmente extrapolamos o terreno das idéias e das palavras. É preciso ter força, para não dizer "é preciso ter raça".

grato pelo retorno.

jair alves
caro Jair Alvez,


permita-me participar com trechos de colunas do próprio Nassif (“Parindo o novo”, 28/07/2006):

“E, aí, retorno às analogias com a década de 20. No período, as elites intelectual e empresarial brasileiras davam as costas para o Brasil e tentavam se firmar como elite européia. O deslumbramento era conseqüência do processo de globalização financeira que já entrava em seus estertores. “

“É nesse período que se consolida uma rica cultura popular urbana no Rio de Janeiro. Em São Paulo, os filhos da elite rural montam a Semana de 22, com sede e fome de Brasil. Levaria alguns anos a mais para que essa insatisfação se materializasse em mudanças.”

“Qualquer estudioso da música brasileira verá diferenças fundamentais entre a produção de 1929 e 1930, como se um meteorito tivesse varrido o país e implantado uma nova música. O modo de cantar se moderniza, a estrutura das composições é outra, surgem as marchinhas leves, as interpretações marotas, substituindo os velhos cantores dó-de-peito.”

mais (“O país está vivo”, 29/05/2005)

“Sobre esses anos 20 pairava o mesmo desânimo atual da intelectualidade para com o país. Do alto do poder ou das gôndolas do academicismo, pouco conseguiam ver para baixo. Era um país sem povo, sem cultura, sem projeto, diziam eles. Governos se sucediam sem conseguir inovar, sem romper com o círculo de privilégios.
E, no entanto, algo aconteceu com o país, e foi bem antes de 1930, quando a criatividade popular explodiu de uma forma inédita.”

“É importante entender esses ciclos de maturação, esses processos de hibernação, esse céu negro e ameaçador, que parece paralisar o mundo, mas que precede as grandes tempestades criativas.”

abraços

Prezado Ark (???) não foi possível ver a assinatura com clareza.

Muito boa participação a sua. Mesmo!


Vc apontou aspectos importantes do nascimento expontâneo da cultura popular e imagino que oportuno seria aprofundar esses ítens e participações futuras. Acho no entanto que falta a todos nós (e me é incluo nisso, é claro), apontar uma ligação entre a cultura que se produz (transformação da natureza. No caso natureza humana) e a mídia. A palavra original é Mass Media, com o tempo se transformou no que é hj conhecida. Mais importante - transformou-se também o seu significado. Curioso isso não? Quando surgiu ela veio com sustitutivo de Opinião Pública, ou seja uma média do que se pensava então, ou senso comum. Hoje desformada a palavra quer dizer para muitos (não para mim) sistema, ou conjunto de meios de comunicação. Que loucura, meu caro!!!
Algumas expressões se transformam não só de significado como também são assimiladas pelos inimigos de quem as criou. Curioso por exemplo ver uma manfestação de mulheres de militares contando "caminhando e cantando e seguindo a canção". Isso é pra matar qualquer Vandré, não achâ?

Obrigado pelo retorno

jair alves

Permalink Responder até luzete 1 dia atrás
Jair, você vê que o debate que trata de temas mais permanentes da vida nacional (como a arte, a literatura) não mobiliza os corações. A política é muito mais sedutora, talvez por conta daquele viés pragmatista que, ontem li aqui, em algum lugar do blog. Era alguém que dizia que ser pragmático não era feio. Tudo bem, mas confundir pragmatismo como modo de vida é de doer. Daí que os temas menos pragmáticos, isto é, que exigem reflexão, análise, não esteja na agenda nacional.

Mas esta idéia de sonhar o futuro, da arte como expressão que antecipa o novo, que indica caminhos que estão sendo trilhados e que sequer percebemos (só percebemos quando jogamos as luzes do farol para trás) é sempre muito alentadora. Esta confluência entre a arte e a filosofia é que a faz atraente. Mas num mundo movido pelo consumo e pelo marketing, qual o lugar da arte como vanguarda? É coisa de gente teimosa. Mas não foi sempre assim?

Responder esta
Luzete,


Não precisava exagerar, né? Não precisava vc me transportar para os borburinhos que antecedem a uma apresentação teatral onde as vezes não comporta mais que 100 pessoas, as vezes menos. É que ali, por uma dessas razões que desconhecemos parece estar reunida toda Humanidade. São essas ilusões que nos mantém vivos. Hj foi dificil acordar "a veiarada" para refletir sobre essa grande presente que Nassif nos deu, ou seja, lançar luzes sobre a Cultura e a Civilização. Foi uma trabalhaeira danada encontrar o ator José de Abreu, correndo mundo com seu espetáculo Fala Zé!!!. Encontrei espero que Nassif volte logo para Sampa e libere os comentários do blog. Acrescento aqui uma foto que estou enviando via e-mail para todos os amigos e jornalistas. Acho que hj é um dia de festa, não sei.
gratíssimo

jair alves -


A foto acima é do Ator José de Abreu preso em passeata em 68. Fizemos juntos uma peça em 1980 logo após a Anistia "Qualé meu". Baseada no livro de Gabeira>

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Responder até André Pavão 1 dia atrás
Prezado Jair,


Ao final da leitura do teu texto me veio à cabeça as questões relativas à "mercantilização" das artes que, em última análise, acaba tolhendo o seu desenvolvimento em geral. Explico com as seguintes perguntas: "o que vende mais? algo diferente ou algo já palatável?".

A grande mídia vai também por este caminho, apostando em assuntos menos polêmicos e deixando o debate para depois. Ficamos todos na média, todos em cima do muro, nem para lá nem para cá, todos pelo "caminho do meio". (nem quero mencionar os auto-elogios e auto-promoções que cada grupo faz a si mesmo em seus meios de comunicação)

Daí as inovações nas áreas da música e literatura e artes gráficas estarem nas periferias das grandes cidades. É possível discutir o resultado estético final destas inovações, mas é impossível negar sua íntima relação com o meio onde estão inseridas e seu papel de espelho e de resposta criativa à sua realidade.

Não por acaso, exatamente esta parcela da sociedade não é consumidora da grande mídia.

E, por acaso, um artigo publicado no "Terra Magazine" do Bob Fernandes, intitulado "A Música é uma causa". (http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3026717-EI8214,00.html)

As questões que você levanta no seu texto têm eco nas demais cabeças pensantes.

Abs!

André
Responder esta
André,

Existem muitas perguntas que ainda faltam respostas:

1- Por que Gianfrancesco Guanieri foi aclamado em 1958 interpretando um lider grevista na peça Eles não usam Black Tie e também um operário no filme O GRANDE MOMENTO que deu origem ao Cinema Novo;
2- Por que Raul Cortez se consagrou em 1963 interpretando um anarquista em OS PEQUENOS BURGUESES no teatro Oficina e na mesma época um fanático religioso (de qualquer forma um personagem do povo) em Vereda da Salvação (filme);
3- Mais tarde, tanto Guarnieri interpretando um cidadão do povo PONTO DE PARTIDA e Raul o protagonista de RASGA CORAÇÃO, um comunista tambem encarnaram a esperança nacional?

E hoje grande parte dos meios de comunicação parecem orquestrados atuando diariamente contra o maior lider operário de que temos notícia? Sem tomar partido (não é esse o local para disputas partidárias) por que uma coisa e outra?.

O próprio José de Abreu, que você vê na foto no post anterior, hoje ganha até razoavelmente bem, no entanto não tem espaço para defender em palco o que pensa. Ao menos vive situação diferente daqueles tempos de passeata, "no coração do Brasil".

Não creio que a questão seja só financeira. Mas estou disposto a rever minha leitura. Grato pelo retorno.

jair
Responder esta
Jair e demais,


a cultura dentro de uma expressão mais estrita (literatura, cinema, música) não atua e não enriquece as discussões nacionais justamente pelo fato que a cultura política esta desprovida de aprofundamento?

Não se trata da substituição de uma pela outra. Acho que nem existe uma sem a outra.

Também uma não pode estar a serviço da outra: isso já deu muito pano para discussão.

A produção artística (produtos culturais acabados) e as grandes questões nacionais parecem pairar em espaços separados.

Quando a política aparece numa obra é por meio de piada ou pseudodramaticidade.

A cultura popular "piece de resistance" de puristas quanto menos é praticada mais é usada como argumento para preservar o nada.

Politica na arte ou arte na política é sempre coisa dos "outros".

Como nosso assunto é midia (e não que isto restrinja o alcance) peguemos como exemplo o jornalismo cultural. Existem cadernos de cultura ou semanario de releases? Menu de possibilidades ou jabazinho básico?
► Responder esta
Ricardo,

De pleno acordo. O ideal é que tivessemos grandes divergências e ai sim sinto que cumpriríamos o propósito não só desse grupo, mas e principalmente da própria comunidade - a de produzir conhecimento (como diz Nassif na abertura).

Mas creio que ainda é possível avançar a partir de suas observações e gostaria que isso aparecesse nos artigos que por certo virão. A saber:

A política de fato não tem aparecido na manifestação artística de forma eficaz porque também a praxis política não tem correspondido a tudo que foi discutido ao longo das duas décadas de eleições diretas. Essa está circunscrita às próximas eleições. Um candidato é eleito prefeito hoje para ser candidato a governador na próxima.

O que isso tem a ver com a mídia? Tudo. A população tem o direito de politiza ou não seus problemas no dia a dia e não somente durante a troca de guarda. Os meios de comunicação que deveriam lançar luzes sobre esses problemas acabam criando um pastiche dessas questões. Creio ser preciso criar outras formas de organização e mostragem das artes, da literatura e de toda produção intelectual. Canais como esse (a comunidade) está suprindo timidamente esse papel organizador. É um alento, mas não é tudo.

jair alves.

Galera,
O Terra
Magazine publica interessante entrevista com Seu Jorge. Numa resposta ele toca no tema em pauta aqui no Grupo. Diz ele:
"Nós estamos num momento, irmão, em que o país parece que quer se desenvolver, crescer, está começando pelo menos a ter um olho internacional voltado para si. Hoje mesmo saiu uma notícia sobre o crescimento na geração de emprego. Isso é o reflexo de uma situação econômica nova, de uma moeda um pouco mais forte, de uma política exterior mais estabilizada - apesar de haver turbulência, apesar de haver toda uma crise mundial e o mundo estar uma cagada. É importante agora estarmos mais abertos, olhando cada um na cara do outro, estimulando o desenvolvimento da coletividade. Quem é da música, da arte, da comunicação tem que estar atento a essa mudança. Tem uma geração nova chegando. O garoto de dez anos daqui a pouco tem vinte e começa a pensar, julgar, votar. A gente tem que deixar uma mensagem positiva de união e desenvolvimento. E nada como encontrar as pessoas para poder falar dessas coisas e bater esse papo."
Estar atento às mudanças...chave que abre muitas portas.
A íntegra está em http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3028893-EI6581,00.html
Abraços
Henrique Marques Porto

Responder até wedencley alves 25 minutos atrás
Jair Alves


Seu texto é uma fonte excelente de reflexão, parabéns.

Vou tentar contribuir, citando um problema que atinge as faculdades de jornalismo no país.

Até o início dos anos 80, faculdades de comunicação eram também lugar de "ativismo estético". O tripé da formação do profissional de comunicação era: 1) a formação técnológica; 2) a formação teórica (de base histórico-social); 3) a formação estético-reflexiva.

De meados dos anos 80 para o decorrer dos anos 90, sofremos uma mudança, ao meu ver, bastante daninha para a formação do jornalista que, em última instância, é um agente importante no tratamento e divulgação da cultura.

A redução a que me refiro é a que praticamente bane a preocupação com as questões estéticas nas grades curriculares dos cursos de comunicação e nas atividades de campus.

Estudante de comunicação era necessariamente um estudante criativo e, não raro, envolvido com teatro, música, cinema, literatura etc.

Depois das duas décadas, estudante de comunicação é aquele que sabe editar imagens, editar jornais, construir leads, sites, ter presença de câmera etc. E geralmente não muito mais que isso.

É evidente que a formação tecnológica, num campo tão dinâmico quanto o da comunicação, é fundamental.

Mas o discurso pragmático que praticamente impõe o tecnológico como a única instância necessária na formação do jornalista, com alguma concessão às disciplinas de caráter histórico-social, é antes de tudo um discurso que visa a formação de repetidores, de sujeitos pouco reflexivos.

Não por implicância, não custa lembrar que esta guinada nos cursos de comunicação se deu concomitantemente à ascensão das pregações neoliberais, de acordo com as quais deve-se tudo ao mercado e ao mercado se tecerá as únicas loas possíveis.

Se quisermos entender por que nossos cadernos culturais, hoje, são eminentemente "agendas de lazer", é preciso que se volte à formação do jornalista, e, principalmente, ao imperativo mercadológico da Indústria Cultural, que vivenciamos há três décadas.

Ninguém aqui é tolo o suficiente para acreditar que toda a Indústria Cultural é um ninho de alienação e pensamento evasivo.

Mas também não podemos deixar de ser críticos, quando a alienação e o pensamento evasivo tornam-se regras quase absolutas.

Um dia a Rede Globo fez o grande bem para o brasileiro de trazer a obra de Edu Lobo (Som Brasil).

Exatamente às 2 horas da manhã. Graças à lei da concorrência.

Ou da insônia dos insistentes.
► Responder esta
Permalink Responder até Jair Alves 1 segundo atrás
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Caríssimo wedencley Alves,


Sua contribuição ao tema é indispensável e espero ampliar o número de refletores sobre o que diz, se me permite.

De fato a formação dos novos profissionais do jornalismo é de extrema importância, em especial num tempo em que não sabemos qual a nova orientação do Deus Mercado, que nunca se sacia. Acabo de ler por indicação de Henrique "um companheiro desse nosso beliche", uma entrevista de Seo Jorge para Terramagazine. Como é que se explica a projeção dos grandes talentos brasileiros no mercado exterior, enquanto aqui mal o conhecemos?
Acompanha Seo Jorge, os filhos de Simonal e uma dezena deles, que só conhecemos pelo YUOTUBE. Ao mesmo tempo Jorge fala de seu desejo de distribuir gratuitamente seu CD. Algo acontece e "nem sequer sonhamos".

Pois bem, alargando o horizonte de sua observação a respeito das mudanças entre 80 e 90, lembro que em 93, as circunstâncias me polemizar com o então deputado e ex-lider estudantil José Dirceu a respeito do novo cenário de guerra mundial, e onde se travaria a nova batalha. Alertei segundo o que já havia lido e vivenciado que as mesmas seriam travadas pelo controle dos meios de comunicação, não mais nas ações guerrilheiras dos grupos rebeldes nas montanhas da Nicarágua ou Salvador. Ele, arrogante e cheio de auto confiança, repetia uma ladainha que ainda hoje ouço: "a maioria da população não tem dinheiro para comprar jornal, ler um livro". Disso eu sei, mas isso com certeza não é problema meu. Melhor dizendo, não tenho poderes para interferir no planejamento que vai modificar essa situação. O ilustre deputado, ou cassado, afirmou uma série de contundências que afinal não se concretizaram, dentre elas a tal criação de um Conselho Nacional de Comunicação. Se foi criado, ao menos não se transformou em algo eficaz. Desse insólito diálogo surgiu um pequeno livro “ESCUTA ZÉ DIRCEU”. Se não serve para muita coisa, serve ao menos para demonstrar onde o todo poderoso ex-chefe da Casa Civil errou.

Nesse mesmo grupo de discussão alguém falou sobre dificuldade que se tem para colocar a Cultura no centro dos debates, e que a Política parece a todos mais palatável, mais imediata. Isso é verdade para aqueles que estão motivados a intervir diretamente no andar da carruagem, como os lobistas etc e tal, não para a maioria da população que não está engajada na disputa partidária. A Cultura desde sempre foi resultado da ação do homem sobre a natureza, em nosso caso, sobre a natureza humana.

Complicado vai ser meu caro wedencley, quando os manuais de redação nos obrigar a escrever em inglês, ou javanês. Ai eu já não sei...

Grato e obrigado pelo imerecido elogio ao texto.

Jair Alves

terça-feira, 22 de julho de 2008

JOSE DIRCEU E O JORNALISMO PROFISSIONAL

Não pretendo transformar este texto em uma disputa, político-partidária e, muito menos, negar a dívida de gratidão que tenho com o ex-deputado e ex-ministro, pela oportunidade de ter formado a minha família. Mas, é impossível não ficar atônita e insensível, diante da posição tomada pelo companheiro Zé Dirceu, ao abrir discussão em seu BLOG sobre a obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício profissional do jornalista. Não me refiro ao debate, isso sempre será bem vindo, mas pela sua forma "indisfarçável", a favor da desregulamentação da profissão. Não é porque ele colocou dois funcionários seus - um pró, outro contra - que isso tenha esclarecido alguma coisa, pelo contrário. O Editor, seu funcionário, pouco acrescentou à defesa (que deveria ser ferrenha) do Diploma. Nada se parece à determinação com que o ex-deputado e ex-ministro, sempre defendeu suas posições. Esta hesitação acaba pesando muito de um lado da gangorra, e o resultado é evidente - José Dirceu, surpreendentemente, parece defender a desregulamentação da profissão do jornalista, provocando, assim, uma espetacular contradição.

Pergunto, qual a tônica do ex-ministro, nos últimos meses, desde a sua cassação de mandato pela Câmara Federal? Apelar para o estado de direito que diz: "ninguém poderá ser considerado culpado, até que seja julgado, condenado em última instância, e posterior publicação da sentença!" Por que, então, ele está engrossando o lado dos que negam este direito dos jornalistas profissionais - resultado de várias décadas de luta - para o aperfeiçoamento e dignidade dessa profissão?

Já que o nosso assunto é Mídia, é o caso de perguntar a José Dirceu se ele respeitaria um leigo vindo a uma emissora de televisão, ocupando espaço de "especialistas", como gosta de chamar a Tevê Globo, dando conselhos sobre Medicina, Economia, e Direito (matéria da qual ele completou curso acadêmico, assim que saiu da clandestinidade) . Hoje, mantém um concorrido escritório de Assessora Jurídica. A resposta é óbvia: José Dirceu rechaçaria.

Evoco amigos comuns, como os jornalistas, Jorge Batista, Perseu Abramo e seu tio, Cláudio Abramo. Esse último, eu não tive à oportunidade de desenvolver amizade, mas nutrimos igualmente profunda admiração. Tenho certeza que se estivessem vivos, estariam indignados com essa confusão, provocada pelo Blog do Zé.

Sua funcionária chega a afirmar que: "Há jornalistas graduados sem capacidade de botar ponto e vírgula numa oração". Parece ser este o caso, da autora do texto citado acima. Em um outro trecho, ela afirma o seguinte: "A ética, também muito discutida, não é dada por diploma de qualquer curso. É formação da vida, de caráter, vêm" de berço ", como se diz popularmente. Quem não tem ética, certamente não a ganhará com um pedaço de papel". SEM COMENTÁRIOS! Já, para Aristeu Moreira (Editor do site), ao escrever sobre este tema (apesar de dizer que é a favor do Diploma), não está fazendo mais do que cumprir sua missão, como EDITOR e, principalmente, não discordando do seu chefe (patrão), José Dirceu.

Dessa celeuma toda é cabível perguntar ao Zé se ele acha justo que, a partir de agora, não seja obrigatório, também, para os professores de primeiro e segundo grau os quatro anos de estudos acadêmicos? É justo perguntar, ainda, se a partir de agora para ensinar português, matemática, química, geografia, história geral, não seja necessário passar pelos quatro, duros anos, em faculdades públicas ou privadas? Liberou geral? Em nome do quê? Com certeza, não em nome do Conhecimento. A funcionária chegou a citar, Heródoto Barbeiro (de quem fui aluna), como trunfo de seus argumentos pífios. Heródoto, não vem praticando jornalismo, desde há muito, escolhendo a política partidária como sua atividade principal, embora usando os mesmos canais. Isso não é manifestação de Conhecimento, mas sim do conhecido "embromation".

Lembrando uma observação já feita pelo jornalista e professor universitário, Wedencley Alves, neste mesmo grupo de idéias, a questão envolve não somente os interesses de pessoas, em torno de uma entidade sindical. Ela diz respeito a questões tratadas na Constituição Brasileira. Diz o professor: "Vou desdobrar sua reflexão - liberdade de expressão não é o mesmo que liberdade de imprensa. E liberdade de imprensa não significa a mesma coisa que a" liberdade - que deveria ser regulada - de empresa jornalística ". Portanto, é sempre bom chamar a atenção para a diferença de conceitos. Dê o direito a um poder sem limites sobre o fiel a um pastor, padre, babalorixá, monge ou rabino e verá o que acontece. Diga a um jornalista que daqui para frente não há mais regras de conduta, que ele pode fazer o que pretender, sem se ater a limites éticos, deontológicos, legais, comportamentais, técnicos ou formais, e você verá que monstro estará criando".

Repetindo uma vez mais que isso não se trata de um manifesto político e, sim, a manifestação de uma profissional, indignada com a inexistência de uma Política de Comunicação do partido que ele (Zé Dirceu) presidiu, por muitos anos e, também, do governo ao qual ele fez parte até pouco tempo. Os Órgãos de representação profissional, segundo tenho conhecimento, têm se manifestado de forma muito tímida a respeito. Não foram capazes de levar à frente a luta de milhares de brasileiros, que viram no jornalismo uma opção para ajudar no desenvolvimento da Nação. Talvez, esta oportunidade esteja se diluindo, não antes, porém, do meu protesto.

Suely Pinheiro - Jornalista/SP

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Respostas a este tópico
Permalink Responder até Jair Alves em 14 August 2008 at 13:48
Suely, Ricardo, Paulo, Weden, Luzete e demais,

Sobre o tópico JOSE DIRCEU E O JORNALISMO PROFISSIONAL

Pela hora que esse texto foi publicado já deveria ter um "montão" de observações a respeito. Sinceramente não sei o que está havendo. Não posso acreditar que seja desconhecimento do assunto,por parte dos participantes desse Grupo Mídia. Alguma parte da mação deve estar contaminada, não sei o que dizer. De minha parte no entanto sei que a coisa é grave. Nem quero acreditar que o assunto seja tabú. A luta pelo controle das vias de comunicação tem sido feroz. Quem teve a oportunidade de acompanhar alguma noticia ontem sobre Daniel Dantas na CPI pode constatar o circo que estamos metidos. Parece que não sobra ninguém pra gente convidar para o aniversário do netinho. Sinceramente tenho medo que um deles venha a sequestrar a minha mãe.

Quanto ao Zé Dirceu, reforço a indignação da jornalista que assina o texto, a valorosa Suely Pinheiro. Nem o deputado José Dirceu, tão pouco o goveno que ele fez parte conseguiu fazer alguma coisa para fortalecer um segmento tão importante para a Democracia brasileira - o livre exercício do jornalismo. Sabemos que a Liberdade corresponde também a igual tamanho de Responsabilidade. A imprensa e os jornalistas não precisam de tutores.

Segundo li, o texto caminha nessa direção - cobrar dos homens influentes da Nação um posicionamento mais institucional.


Permalink Responder até Liu Sai Yam em 14 August 2008 at 16:18
Cara Suely,


Você quando coloca um tópico, não deixa por menos...
Nunca me intitulei jornalista porque nunca me considerei como tal, não ganho a vida com a atividade e não tenho os conhecimentos básicos.
Se por um lado acho que um diploma não confere aptidão para tornar qualquer profissional apto a exercer melhor um ofício, suponho também que a extinção pura e simples de sua exigência talvez enfraqueça o poder de aglutinação e mobilização dos profissionais enquanto classe, ou seja, bate de novo naquelas velhas questões sobre direitos, salário, organização, etc.
Francamente, gostaria de conhecer melhor a opinião do pessoal mais especializado, que certamente irá interagir neste espaço, antes de meter outra "colherada".
Só uma dúvida: vale, na prática, o que pensa Zé Dirceu sobre o tema? Ele tem alguma influência sobre a legislação da matéria? Se há um lobby atuando sobre a questão (e vc parece deixar que há), quais setores o apóiam e municiam?
Abraço
Liu



Permalink Responder até Liu Sai Yam em 14 August 2008 at 18:39 Suely

É bate-pronto.
Pelo visto, somos todos amigos do Zé Dirceu, como é natural.
A gente se abriga sob o mesmo guarda-chuva: o da esperança!
Quando Estadão, Vejona, Folhona & Cia. Ltda. unem forças pra esmagar um cara, nosso impulso é o de exercer a complacência.
Afinal, não vejo como comparar Zé Dirceu e Bornhausen. Um tem história, o outro está inscrito no Livro Universal da Infâmia.
Será que as pessoas mudam tanto assim? O ônus do poder é assim impiedoso?
Abraço fraternal
Liu


luzete 1 dia atrás
Suely,


a regulamentação da profissão de jornalista é algo muito novo no Brasil. Ou seja, ainda não houve tempo para acumular informações e experiência que possam indicar mudanças. Não entendo porque, neste momento, introduzir um debate desta natureza quando a luta pela regulamentação mal terminou.

Propor a desregulamentação da profissão apelando para o argumento de há jornalistas graduados sem capacidade de botar ponto e vírgula numa oração é, realmente, muito pobre. Afinal, este argumento valeria rigorosamente para qualquer profissão porque o jornalismo não detém o monopólio do mau profissional.

Quanto à ética, todos sabemos que é uma área que enseja estudo especiais e específicos. E ninguém nasce ético, nem jornalista de berço, nem médico, nem educador, quando muito nascemos om algumas aptidões que não prescindem do conhecimento. São todas coisas aprendidas. Exemplos muito recentes e que implicaram em discussões sobre a ética aconteceram quando da regulamentação das pesquisas com células trono e sobre os limites do uso de fontes em matérias jornalísticas.

Por isto não entendo as razões que fazem com que o ex-ministro josê Dirceu traga este tema para debate. Pelos argumentos visíveis eu diria que não existe nem consistência, nem oportunidade neste debate.

Queria destacar que acho interessante que o tema tenha sido trazido aqui para debate, porque ninguém pode menosprezar o peso do ex-ministro na formação do ideário nacional, mesmo quando discordamos dele.


Permalink Responder até Jair Alves 1 dia atrás


Oi pessoal da primeira fila (do Grupo Mídia),

Falo, especialmente, para essa rapaziada e moçada que são os primeiros a pedir a palavra. No entanto, não esqueço a grande maioria que fica querendo entender o que está sendo discutido. E é a eles, nesse momento, que eu lanço o meu olhar...

Em relação ao tópico postado pela Suely Pinheiro, a Luzete chegou até citar Gramsci "à sociedade não se põe problemas que (ela) não pode resolver", explicando, assim, a pouca receptividade (imediata) da maioria dos participantes do Grupo. Não sou um leitor assíduo de Antonio Gramsci (muito menos estudioso), sou mais afeito a ler e entender a história - e o pouco da história de Gramsci que sei é que ele apodreceu no cárcere de Mussolini e que tinha especial apreço pelas Artes. Sei, também que, em grande parte, o medo que o Ditador tinha do que ele (Gramsci) pudesse produzir como pensamento, vem de uma prática descoberta (naqueles tempos difíceis, na Europa) dos Meios de Comunicação de Massa. Goebbels tinha inventado a propaganda e, Mussolini, temia que o pensamento dele viesse a se reproduzir, em grande escala. Reside aí, prezada Luzete, nosso problema - brilhantemente, apontado pela jornalista.

Sim, é verdade que a população só destaca os problemas que ela pode (ou acha que pode) resolver. De fato, mas muitos problemas diretamente ligados à maioria da população são ocultados durante anos. Existe uma ótima frase, sobre o fim da Censura aos Meios de Comunicação no Brasil, que diz: "os Censores foram embora e, em seu lugar, vieram as grandes Agências de Publicidade e os Manuais de Redação". Plínio Marcos que o diga - o herói da luta pela Liberdade de Expressão. Restou para nós, contemporâneos, lutar pela Liberdade de Imprensa que, ainda, não está de todo garantida. Este é o mérito do protesto de Suely.

Fico horrorizado - que me desculpe à rapaziada, como o Fabio - que posta, tópicos, querendo dar "exemplos de como deveria ser nossas entrevistas".Puxa, Fábio, pelo visto sou o marido traído nessa estória. Você não é publicitário? Que mal lhe pergunte, o que tem a ver entrevista com publicitário? Publicidade com Mídia, sim, que "faz a cabeça", e isso todos nós sabemos. Inclusive, você mesmo já chegou à conclusão de que "estamos num processo de idiotização". Eu não estou, com certeza. Talvez, por isso sofra tanto na carne quando leio suas propostas. Tem algo errado aí. Podemos ver, você quer?

O que mais me fustiga, no texto de Suely Pinheiro, é que no ano de 2000 ela organizou e coordenou duas edições de um Curso de Economia para Jornalistas, que batizaram como "Curso Avançado", promovido pela Diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Dentre os professores mais conhecidos cito, Fernando Haddad; Leda Paulani; Eduardo Suplicy; Celso Pinto; Paul Singer; e João Sayad. Muita gente boa que está no mercado fez este curso, que tenho certeza ajudou muito a eles compreenderem a nossa atualidade e transmitir para o público leitor. Passado esse tempo, gradativamente, o jornalismo de software foi tomando conta, enquanto o quadro de funcionário de cada redação é substituído, assim, como se retira e põe no drive de CD um novo programa. Os profissionais que construíram esta Nação, a liberdade de expressão que desfrutamos, hoje, estão num mato sem cachorro. As exceções, como diria Brecht, confirmam a regra.

Quanto à atualidade do texto da Suely, considero que esteja conectado ao circo, montado, ontem, na CPI dos grampos. O surrealismo é tão grande, que é difícil determinar quem é o mocinho e quem é o bandido nessa estória. Se José Dirceu tem alguma coisa a ver com aquele homem "careca e orelhudo", eu vou deixar para a própria jornalista responder, já que o Liu (acabei de ler agora) faz incisivamente essa pergunta, diretamente a ela.

Se há relevância, afinal, no texto eu afirmo que sim - e muito. O tempo dirá. E aí lembro Gramsci. Esse viveu num tempo em que quando ainda não havia Televisão, Internet e, principalmente, essa gigantesca rede de informação que controla o mundo. Por esta época, os jornalistas ainda eram tidos como Agentes indispensáveis na humanização do mundo. Hoje, segundo posso ver estão na mira dos que lutam desesperadamente pelo Poder. Daí eles - os jornalistas - causarem tanto incômodo, como Gramsci a Mussolini. Não é Luzete?

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Permalink Responder até Suely Pinheiro 1 dia atrás
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Liu,


O Zé Dirceu sempre foi humilde, ao pensar sobre questões profissionais. Isso, apesar de paradoxal, é verdade. Só que ele, na prática, faz uma paródia daquela práxis de Gramsci que diz: "pensar pessimista e agir otimista". É isso mesmo ou você, com todos esses os anos de General Jardim pode me corrigir? Pois é, o Zé pensa humilde, mas quase sempre age com arrogância. São duas as razões para acreditar que ele esteja caminhando e agindo, na contra mão daquilo que nós consideramos razoável.

Uma delas está ligada às amizades, sinceras, e de profunda admiração por Jorge Batista, Perseu e Cláudio Abramo. Este último chegou a empregá-lo, por algum tempo, lá na década de sessenta, mas Cláudio "franco" como era, disse ao jovem estudante de Direito da PUC - "vá procurar outra coisa para fazer, porque para jornalista você não serve".

Acredite, isso não é fofoca. O próprio Zé contava essa história, e se divertia muito com isso. Este era o seu lado humilde, mas na prática ele agia como um centralizador (democrático). A piada é infame, mas revela muito bem o "jeitão" dele agir. Quando Jorge morreu, em 1986, ele ficou de fato muito mal. Na missa de sétimo dia (na Igreja de Perdizes), ele era o retrato do amigo que tinha perdido um irmão, não apenas um companheiro. Sabia e expressou isso, no rosto, que o Brasil havia perdido um jornalista que poderia escrever um novo Capítulo da Imprensa Brasileira. Todo projeto de Conselho Nacional de Comunicação Social, que deveria ser debatido na Constituinte, havia sido elaborado por Jorge e ele, Zé, confiava nisso. Mas, esse lado esplendoroso cai por terra, quando ele se deixa assessorar por gente muito ruim, sem qualificação profissional. Você não vai querer que eu lembre alguns nomes aqui, vai?

Um outro item de contradição, diz respeito a possíveis interesses corporativistas que ele estaria ajudando a construir. Não faço nenhuma análise pessoal sobre isso, apenas cito a contradição dele depender, agora, da força da Lei para se safar das denúncias a que é acusado e que, afinal, não são ancoradas em provas, mas em evidências. Ao mesmo tempo, facilita ou age (profissionalmente) a favor de interesses corporativistas, como a formação de uma terceira ou quarta Rede de Comunicação. Apesar de ele não ser cristão (nem eu, sou budista), já dizia Jesus: "não se pode servir a dois Senhores". À frente do Partido dos Trabalhadores (não dos empresários) e, depois, também no Governo, ele não conseguiu aprovar uma proposta de proteção para a Democracia e a uma categoria tão importante, como a dos Jornalistas. Falo do Conselho de Comunicação Social que, dizem, foi boicotada pela Casa Civil. Agora, a derrubada do Diploma é o enfraquecimento, significativo, para a luta dos jornalistas, como você mesmo já disse.


Permalink Responder até Liu Sai Yam 1 dia atrás

Esta aí o aspecto delicado da questão, e o que explica (suponho) a subserviência geral à pauta determinada por instâncias superiores, editoriais, mercadológicas e, por que não, do público (que em vez de receber informação, determina que tipo de informação deseja receber). O próprio Zé Dirceu foi vítima disso, não foi?
A gente vocifera contra jornalista, mas jornalista vive na corda bamba.
A regulamentação me parece, no momento, defesa ao livre descarte de profissionais independentes, o que pode conferir uma mínima garantia de autonomia. Instrumento prático, proteção trabalhista.
O resto é discussão braba, mas há que se garantir o mínimo enquanto se luta pelo máximo. Afinal, não é produtivo contestar a CLT só porque foi instituído por Getúlio... Aí, não contam as intenções subjetivas, mas os efeitos concretos, certo?


Permalink Responder até Liu Sai Yam 1 dia atrás

Realmente, Suely
O pensar pessimista afirma: o poder corrompe (e como!). O cara muda de amizades, compra gravatas em outras butiques, muda a marca do vinho, do automóvel, mil coisas.
O agir otimista aconselha: Rei morto, Rei posto. A gente segue lutando, porque a luta sempre se renova. Não há muitos como os Abramo, que a despeito das seduções do poder e benesses, seguiram espartanamente lutando pela vocação jornalística, que dava sentido às suas vidas.
Acho que o fundamental é fixar um foco, e partir pra luta. Como diria um porra lôca do velho tao: a persistência vislumbra a virtude... ou não, mas que importa? Fará parte do processo, de qualquer forma.
Pra cima e sem medo (novamente) de ser feliz.
Abraço
Liu


Permalink Responder até wedencley alves 1 dia atrás

Suely, excelente tópico, e discussão que deve ser travada, visto que uma das questões que nós levantamos aqui como eixo de debate é justamente a relação entre jornalismo, profissionalismo e qualidade.

Infelizmente, não tive muita chance de vir aqui com calma. Mas comento a seguir.

Neste momento, no entanto, gostaria de lembrar aos participantes que a Suely não trouxe para a discussão a vida pregressa de José Dirceu nem fez questionamentos de caráter.

Portanto, não dá para entender como uma discussão sobre o diploma vira, para um participante, uma oportunidade de fazer ataques ao ex-deputado.

Na próxima participação, eu então deixo minhas considerações específicas sobre a questão do diploma.
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Permalink Responder até wedencley alves 1 dia atrás
A defesa da desregulamentação da profissão do jornalista não se sustenta sobre argumentos minimamente razoáveis. A defesa do fim do diploma é na verdade a defesa da descontituição da categoria, e um voto a favor da vilanização da formação do futuro profissional de imprensa.

Há duas séries de argumentos contrários aos diplomas, ambos, em graus variados, bastante sofísticos. Um diz respeito a um suposto prejuízo à liberdade de expressão. Outro, refere-se à qualidade da formação profissional. Nos dois casos, são discutidas questões adjacentes, sem maior relevância para o debate central sobre o diploma.

Nesta postagem vou me ater ao primeiro: o argumento de que a exigência de diploma seria uma agressão à liberdade de expressão. Cumpre-nos informar, pacientemente, que esta afirmação é fantasiosa. Quem se utiliza deste argumento sabe muito pouco da dinâmica de imprensa.

Qualquer cidadão pode se expressar em jornais e revistas, televisão e rádio, para ficar nos meios tradicionais.

Para isto há canais específicos, como a) ser entrevistado; b) utilizar-se da seção de cartas; 3) ter seu artigo aceito nas seções op-ed (de opinião não editorial), ou outras dedicadas à voz do especialista.

Por isso, não é difícil e é até saudável ver médicos falando de medicina, quando convidados ou escrevendo artigos.

Mas, sinceramente, dispenso a surpresa de ver médicos ou engenheiros coordenando equipes de repórteres, ou produzindo reportagens. Mesmo sobre medicina ou construção civil.

Considerando que a mídia abrange não somente o jornalismo, mas também a publicidade e o entretenimento, há campos bastante amplos para a atuação de quem quer freqüentar o metiê.

Hoje, inclusive, com as novas tecnologias, pode-se construir um blog e ir à luta. Os fóruns de discussão estão por aí, livres para participações voluntárias.

O que se está discutindo, portanto, não é a "liberdade de expressão" ou de opinião. O que se está discutindo é a formação do trabalhador jornalista: aquele que opina, mas também aquele que analisa, e, principalmente, aquele que edita, que vai à rua coletar as informações, que redige, que afere a informação que lhe chega, que adequa as informações, a linguagem verbal e visual ao público alvo, que coordena uma equipe.

Construir uma reportagem complexa, com equilíbrio, garantindo a confiabilidade de informações, respeitando os personagens-tema , ouvindo as vozes sociais necessárias envolvidas no objeto de apuração, apresentando ao público um texto onde não se demonstram preconceitos ou prejulgamentos, é algo que demanda preparação e conhecimento. Coordenar um conjunto de profissionais capazes de realizar o bom trabalho acima, planejar pautas, com atenção especial aos grandes debates sociais, às demandas cotidianas do público, é um exercício árduo, diário, e nem sempre reconhecido.

Mas, certamente, ninguém quer o fim do diploma para se tornar um operário jornalísta.

Dar palpites, qualquer um pode dar. E nossos jornais e revistas estão cheios de palpiteiros. Defender o fim do diploma por desejo de aparecer em jornais escrevendo artigos é gastar energia acima do necessário. Para isso, é preciso ser amigo do dono do jornal. Para ser amigo do dono do jornal não é necessário diploma. Basta freqüentar a corte, com as bajulações de praxe.

Quem defende que "na prática" qualquer um aprenderia a atividade jornalística deveria ser informado - talvez por jornalistas - que o campo midiático é complexo, exige um processo de formação, que vai desde as disciplinas e discussões de fundamentos conceituais, até o domínio das diversas tecnologias comunicacionais, passando pelas discussões éticas, e conhecimento da legislação.

Para piorar, o argumento contrário ao diploma acima é anacrônico, num momento em que sabemos que o país precisa profissionalizar suas relações, se quiser, ainda, almejar o crescimento como sociedade desenvolvida.
► Responder esta


Permalink Responder até Liu Sai Yam 1 dia atrás

Realmente, se formos sacar o argumento má-qualidade da formação acadêmica, poderíamos falar sobre todos os cursos e carreiras profissionais, até mesmo da "sacrossanta" medicina, o que remete a outra questão escabrosa, que é a proliferação de universidades privadas-gráficas de diplomas.
Sei de universidade que oferece graduação em "comandante de aeronave"(?!).
Mas não é por esse tipo de aberração que vamos defender a extinção da exigência de formação especializada em pilotagem, não é?
Saudações.



Permalink Responder até Raí Araujo 18 horas atrás

Cara Suely,respeito a sua indignação pela proposta do companheiro Dirceu,a respeito da classe jornalística,que convenhamos,merece todo o respeito,porem ultimamente tem sido levada a "ler a cartilha do empregador"e talvez seja esta a razão do experiente e inteligente Jose Dirceu ter esta postura.
Respeitemos a vida política do ex-lider estudantil,que após aqueles duros tempos,onde tinha a seu favor a voz da maioria da classe jornalística(naquela época mais engajada)passou a ser patrulhado pela mesma imprensa,que antes o admirava,e quando da sua pasagem pelo Congresso e pela Casa Civil,jamais teve uma linha favorável à sua atuação política,muito pelo contrário,sempre era tachado de autoritário e manda-chuva,o que na verdade não tinha nada de verdadeiro.
Assim entendo que o ponto de vista do companheiro Dirceu é mais uma "resposta"àqueles que o crucificam nos jornais e revistas,quase que diariamente,por crimes não comprovados até agora,e como como toda pessoa deve ser considerado inocente,até que seja julgado e comprovado seus crimes,ele é inocente e vai provar isto,mais cêdo ou mais tarde!
Abraços do amigo,Raí.


Permalink Responder até Cássia 17 horas atrás

A minha primeira dúvida foi a mesma do Liu, isto é, se o fato do José Dirceu ter colocado o assunto em discussão seria de fato relevante. Bem, pelo que a Suely respondeu sim, o que faz com que a discussão se divida em duas vertentes. Uma seria a própria questão da obrigatoriedade ou não do diploma para o exercício do jornalismo, a outra seriam os motivos de José Dirceu para colocar o assunto em discussão agora. Como parece não ser possível nem útil avançar nesse segundo ponto, reservo meus comentários ao primeiro.
Acho que deve se exigir diploma para jornalista sim. O grau de responsabilidade exigido pela profissão não admite a informalidade trazida pela ausência do diploma. Isso não quer dizer que outros profissionais não possam eventualmente escrever matérias em jornais ou revistas, mas para o exercício da profissão, considero indispensável a formação na área de comunicação.
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Permalink Responder até Suely Pinheiro 13 horas atrás
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Caros, Wedencley e Liu

MENSAGENS DO DIA

Começo respondendo a vocês, porque suas inserções chegaram durante o dia. Como já conheço alguma coisa da formação acadêmica dos dois, posso apelar para o quão importante é a acumulação do Conhecimento. A Universidade, ao menos formalmente, dá (ou deveria dar) um quatro, geral, de como funcionam as regras do jogo. Aprendemos noções gerais, como antigamente estudávamos História Geral no colégio.

Para aprofundar esse item, gostaria de lembrar uma experiência que eu vivi, ao coordenar um Curso de Economia para Jornalistas, em 2000, já citado aqui neste tópico. Naquele momento, ainda vivíamos um clima de generosidade nas disputas políticas, e a Imprensa se comportava com certo distanciamento. Essa mesma Imprensa havia sido responsabilizada, por ocasião da quebra das Bolsas Asiáticas, dois anos antes, sem que essa mesma Imprensa orientasse a população dos efeitos desse quebra-quebra financeiro. É claro que teria sido muito importante para a população discutir isso, na eleição que levou FHC ao segundo mandato, mas isso foi omitido na discussão, e as poucas inserções feitas pela oposição de então (o PT) não tiveram repercussão.

De qualquer forma, o clima em 2000 era amistoso e propício para aumentar conhecimentos. As duas Edições do Curso trouxeram informações, que até então não eram disponibilizadas para o profissional de Imprensa. Os únicos jornalistas, especializados, na época, eram os nossos amigos, Luis Nassif (que está possibilitando esse nosso debate) e Celso Pinto. Tínhamos um terceiro comentarista econômico, na Rede Globo, mas sequer tinha estudado Economia. Sua primeira experiência era de Comentarista Esportivo. Hoje, ele dá "palpites" e faz "piadinhas" em outra emissora, depois de aparecer num comercial de um grande banco brasileiro e, por isso, ser despedido. Pois bem, a enorme afluência àquelas edições do curso de Economia (na verdade, no Instituto de Formação de Jornalistas - órgão criado pelo Sindicato) deu provas do quanto era preciso investir na formação complementar. Outras edições vieram, naturalmente, sem a qualidade das primeiras (e delas não participei). A maioria (salvo exceções) teve um caráter comercial e fora do controle de entidades sindicais. Aquele trabalho de formação, ao menos qualificou, minimamente, 60 profissionais de Imprensa, em 2000 que, nas redações sediadas em São Paulo passaram a dar menos "chutes" e aprenderam a melhor apertar os especialistas do setor. Ou seja, a partir daí, já não foi tão fácil para os costumeiros "enroladores" da Economia brasileira e internacional. Seguramente, outras crises internacionais não passaram em brancas nuvens, como aquela de 98.

Bem, a questão que fica é a seguinte: se for evidente que necessitamos de cursos suplementares de formação, porque justamente agora se voltam contra os cursos regulares (as faculdades)? São questões distintas - garantia de regras claras para o exercício da profissão e, por outro lado, a qualidade desses cursos regulares. Este, aliás, é um problema geral do Ensino brasileiro, em todos os níveis. Paradoxalmente, um dos professores de uma das edições daquele curso foi o, hoje Ministro da Educação - Fernando Haddad.

Para finalizar minha provocação a vocês dois, digo que falta especialização, na maioria dos segmentos tratados pelo jornalismo diário. Quer uma dica? Qual é o jornalista da grande imprensa que não deixa se enrolar, quando entrevista alguma autoridade ou candidato à prefeitura de São Paulo, sobre transito? Outra, além de Percival de Souza (em São Paulo), quem mais conhece os meandros da Segurança Pública? Falo, naturalmente, dos jornalistas que estão empregados.
► Responder esta

Permalink Responder até Suely Pinheiro 13 horas atrás
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Caros Raí e Cássia,


MENSAGENS DA NOITE

Primeiramente, gostaria de agradecer a ambos o retorno à minha mensagem. Respondendo ao Raí, não creio, sinceramente, que o Zé Dirceu esteja agindo por revide aos jornalistas, pela campanha desenvolvida contra ele, desde o primeiro momento em que assumiu a Casa Civil. Não é da natureza dele ser vingativo, posso afirmar, e até porque não teria sentido, nesse momento. Se ele não puder contar com a solidariedade dessa categoria, ao menos ele precisa evitar arrumar outros inimigos, num momento, talvez, definitivo de sua VIDA POLÍTICA.

Já expressei isso, no texto inicial, que ele não só tem o DIREITO de se defender, como o DEVER de justificar o cargo e a confiança por ter ocupado um posto na República. A questão, como disse a Cássia e outras pessoas, é saber se ele é CONTRA ou a FAVOR à obrigatoriedade do Diploma e, se contra, PORQUE.

Como bem disse a Cássia e, também, o Wedencley, em suas mensagens: "...O grau de responsabilidade exigido pela profissão não admite a informalidade trazida pela ausência do diploma. Isso não quer dizer que outros profissionais não possam, eventualmente, escrever matérias em jornais ou revistas..."(Cássia). "... quanto ao argumento de que a exigência de diploma seria uma agressão à liberdade de expressão, cumpre-nos informar, pacientemente, que esta afirmação é fantasiosa. Quem se utiliza deste argumento sabe muito pouco da dinâmica de imprensa... O que se está discutindo é a formação do trabalhador jornalista: aquele que opina, mas também aquele que analisa, e, principalmente, aquele que edita, que vai à rua coletar as informações, que redige, que afere a informação que lhe chega para adequá-la à linguagem verbal e visual, ao público alvo, que coordena uma equipe" (Wedencley).

O fundamental é que não haja retrocesso, naquilo que já foi, arduamente, conquistado pela categoria. É natural que, apesar de uma pessoa (qualquer um) cursar uma faculdade de jornalismo, não significa que ela vai saber "fazer o jornalismo", da forma correta. Mas, quem pretende ser jornalista precisa
necessariamente, cursar uma faculdade, uma vez que somente lá vai obter a linguagem específica desse INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO, além da questão da ÉTICA profissional.

















Postamos essa longa mensagem do jornalista Paulo Henrique Amorim, porque consideramos muito grave o teor de suas afirmações. Nem é preciso dizer que o consideramos até a divulgação da mesma ontem no dia 12, sábado, em seu blog CONVERSA AFIADA, como um dos mais brilhantes e independentes profissionais do Brasil. No entanto a inexatidão de certos dados revelados pelo texto abaixo nos deixa uma sensação de desconforto e que precisa ser mais bem discutida. Para tanto chamamos à responsabilidade todos os jornalistas, artistas, comunicadores em geral diante do que se segue.

Como o senhor Paulo Henrique Amorim e a grande maioria da população brasileira, ficamos estarrecidos diante dos fatos abaixo reproduzidos, no entanto, clamamos por Justiça, que passará necessariamente pelo crivo da veracidade dos fatos.

Suely Pinheiro jornalista e J.Alves dramaturgo e escritor


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DANTAS, “BrOi”, MENDES – É PORQUE LULA TEM MEDO
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1272
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
“Ele (Serra) é sem escrúpulo, passa por cima da mãe.”
De Ciro Gomes, numa sabatina na Folha

. “Eu até imaginava que quando assinasse o acordo (da “BrOi”) até evitava isso e não estimulava”.
. Foi o que disse Daniel Dantas, ao Estadão, na primeira pág. desta edição de sábado.
. Isso é o que define a crise institucional provocada por um Presidente da República que tem medo: o Presidente Lula.
. O que "evitou isso" foram três brasileiros de que devemos nos orgulhar: o Juiz De Sanctis e os delegados Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda.
. O Supremo Presidente Gilmar Mendes acaba de provocar a maior crise institucional do Governo Lula.
. O Presidente Supremo do Supremo Tribunal Federal rachou o sistema Judiciário brasileiro ao meio e transformou a mais alta Corte numa rinha para se vingar do Juiz De Sanctis, governar o Brasil, e ser, de direito, seu futuro Presidente.
. Mendes deu o Golpe.
. Deu o Golpe nas barbas de um Supremo omisso, que está em casa, a assistir a crise pela televisão.
. De onze juizes do Supremo, o Presidente Lula, o que tem medo, nomeou 6 ministros.
. Cadê eles ?
. Vão deixar Mendes, o Supremo Presidente, acabar de destruir o Supremo ?
. Estão na missa ?
. Estudam Yoga ?
. Escrevem novelas picantes ?
. Enquanto o Supremo Presidente desmoraliza o sistema Judiciário ...
. Se o Presidente Lula não tivesse medo, aumentava o número de juízes da Suprema Corte, como fez o general Castello Branco.
. Ou como o presidente Nestor Kirchner, esse, sim, um presidente que não tem medo: mandava para a rua os ministros nomeados pelo Carlos Menem.
. Dantas deu dois golpes no Presidente que tem medo, o Presidente Lula.
. Este, de Mendes, é o segundo.
. O primeiro, foi o mensalão.
. Dantas é o pai e a mãe do mensalão.
. Agora, para desmoralizar o Governo do Presidente que tem medo, o PiG diz que a investigação sobre Dantas nasceu no mensalão.
. Não é verdade, o gérmen de Dantas é a privatização do Farol de Alexandria.
. Mas, na época do mensalão, o PiG escondeu e protegeu Dantas.
. Naquele momento, como disse o assessor do Presidente, Gilberto Carvalho, que está atolado até o pescoço na patranha da “BrOi”, no mensalão, dois ministros (ligados a Dantas) foram a Lula dizer para ele renunciar ao segundo mandato.
. Foram os ministros Márcio Thomaz Bastos (*) e Antônio Palocci, que, a certa altura dessa investigação, vão aparecer, ligados de forma umbelical a Dantas.
. Dantas quase derrubou o Presidente que tem medo ali, naquela primeira crise.
. Na crise em que a Folha (da Tarde*2) transformou Roberto Jefferson em Thomas Jefferson.
. Agora, nessa segunda crise, com a ajuda de um presidente do Supremo notoriamente insensato, Dantas é o pai e a mãe, também.
. Um dia, Dantas vai derrubar o presidente que tem medo.
. Ainda dá tempo.
. O presidente que tem medo achou que, se fizesse a “BrOi”, calava a boca de Dantas e silenciava a turma do Farol de Alexandria, o FHC, que inscreveu Dantas na lista dos “mais ricos do mundo”.
. O Presidente que tem medo achou que ia fazer “el gran acuerdo”.
. Mandava a Dilma botar uma grana do BNDES no negócio; dava a Dantas um cala-a-boca de US$ 1 bilhão; e obrigava os fundos a perdoar as ações que moviam contra Dantas (na vã esperança de que Dantas renunciaria a processá-los na Justiça).
. De quebra, calava-a-boca do Farol, que sua nas mãos quando ouve falar em “Daniel Dantas” e “disco rígido”.
. O presidente que tem medo, o Presidente Lula, também deve ter medo do “disco rígido” do Opportunity.
. Por isso, deixou que a metástase de Dantas subisse a rampa do Palácio.
. O chefe da Casa Civil, José Dirceu, aparece numa degravação da PF associado ao nome da jornalista da Folha (da Tarde*) Andréa Michael, como sendo especialista numa chamada “conta-curral”.
. Diz Humberto, o Humberto Braz, o genial “Guga”, da quadrilha de Dantas, segundo a Polícia Federal: vamos resolver a consultoria dele em duas vezes ... na “conta-curral”.
. Diz Gilberto Carvalho, assessor pessoal do Presidente da República, o que tem medo: tá.
. Completa “Guga”: 50% já e 50% quando o meio ambiente aprovar...
. Esse é o presidente eterno do PT e chefa da Casa Civil do Presidente que tem medo.
. No lugar dele, entrou a Ministra Dilma Rousseff.
. A Ministra Rousseff me disse a mim, Paulo Henrique Amorim, que a fusão da Brasil Telecom com a Oi só sairia se um grupo empresarial brasileiro botasse dinheiro do próprio bolso.
. Mas, o presidente que tem medo convenceu Rousseff a mudar de idéia.
. E ela aparece nas investigações com o “Gomes”.
. “Gomes” é, na quadrilha de Dantas, o codinome de Luiz Eduardo Greenhalgh.
. “Gomes” era um dos heróis do PT, quase eleito Presidente da Câmara.
. Advogado de presos políticos.
. No auge da crise do “caso Celso Daniel”, o presidente que tem medo incumbiu “Gomes” de acompanhar pessoalmente o caso, a investigação, os bastidores para fazer um relatório reservado ao presidente que tem medo.
. Tal era a confiança que unia os dois: Lula e “Gomes”.
. A “BrOi” está no centro desta crise.
. A “BrOi” é a maior patranha empresarial brasileira e ela foi negociada dentro do Palácio do Planalto, com o aval do presidente que tem medo.
. Dantas está certíssimo.
. Ele tem razão.
. A “BrOi” era para pacificar tudo.
. Botar uma pedra em cima.
. Esquecer o passado.
. Deixar o disco rígido no cofre da ministra Ellen Gracie.
. E cochichar no ouvido do Farol:
- Fica tranqüilo. O disco rígido está debaixo do tapete. Ninguém vai meter a mão naquilo. Liga pro Serra e diz pra ele pra ficar tranqüilo. Eu seguro a tua barra e você segura a minha. Lá na frente a gente acerta isso tudo com o Aécio.
. A “BrOi” só saiu porque Dantas recebeu o cala-a-boca.
. Ele mandou o empregado José Dirceu dizer ao presidente que tem medo: se não pagar, chuto o pau da barraca e o PT vai virar um PTB.(*3)
. Dantas, o “blue eyes” das gravações da PF, falou com aquele sotaque rouco do Marlon Branco no “Poderoso Chefão”: “I’ll make you an offer you can’t refuse”.
Em tempo: quem quiser entender a “lógica” da decisão do Supremo Presidente Gilmar Mendes ao dar fuga a Dantas pela segunda vez, basta ler a capa da “revista” IstoÉ Dinheiro, assinada pelo chefe de redação do Sistema Dantas de Comunicação, o “jornalista” Leonardo Attuch. Está lá toda a “lógica" do Supremo Presidente. Especialmente o “argumento” de que as provas foram plantadas. O Supremo Presidente não perdoa: chamou os policiais federais de gangsters e agora de plantadores de provas. A explicação está no Attuch.

(*) Num domingo, a revista Veja chegou às bancas em Brasília. Tinha na capa a reportagem que Dantas escreveu, com a ajuda providencial de Márcio Aith, com a conta secreta do presidente Lula no exterior. Na quarta-feira à noite, o então Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi comer quibe cru na casa do senador Heráclito Fortes, na companhia de outra parte da Bancada Dantas no Congresso: Sigmaringa Seixas (que reaparece com notoriedade nas degravações da Polícia Federal, sempre ao lado de Dantas), e José Eduardo Cardozo. O convidado de honra do jantar – ele, na verdade, come pouco – era Daniel Dantas. Que negou de pés juntos que tivesse escrito, a quatro mãos, a capa da Veja. Thomaz Bastos é do escritório que Dantas contratou para processar Mino Carta. (A nova Polícia Federal, da gestão Tarso Genro, indiciou Dantas por essa reportagem na Lei de Imprensa !)

(*2) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar, como fez a Folha, que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.
(*3) Quem transformou o PTB de Vargas, Jango e Brizola em PTB de Roberto Jefferson foram Golbery e a “infiltrada” Ivete Vargas (do PTB de SÃO PAULO ...). Quem transformou o PT em PTB de Roberto Jefferson foi o Daniel Dantas. Como dizia o Brizola, “o PT é a UDN de tamancas”.