sábado, 4 de agosto de 2007

O FIM E O COMEÇO

(Texto dramaturgo Jair Alves)
(Apresentação: Jornalista e Apresentadora Flávia Lippi)

Esse é o momento do começo e do fim.
Nesse cenário da Terra arrasada, nunca se pediu tanto
o contar, em prosa e versos, a história de homens que se opuseram ao extermínio.
A história das guerras tem sido um inventário macabro do triunfo da morte sobre a vida.
As guerras têm sido um vendaval sobre canteiros.
A contaminação com lixo tóxico das nascentes de todos os rios.
Nunca se pediu tanto que aqui se falasse sobre Vlado, Bá e Perseu.
Nenhum deles viveu para reportar o triunfo da vida como
acreditávamos viver.
E, diante da exposição da morte via satélite, lembramos deles para reconstruir o mundo.
Vlado, Bá e Perseu. Falta alguém nessa história?
Falta, sim. Tantos outros.
Mas por que? É preciso mesmo?
Há tempo para tantas homenagens?
Na incerteza...melhor optar.
Melhor ir fechando a edição.
Artigo de fundo, Perseu escreve. Linguagem simples, coloquial, só o necessário.
Entrevista? O Bá, o Jorge, ele faz. Arranca do iletrado aquilo que a pauta do dia sufoca. Esses assuntos que curiosamente são repetidos pelas redações, mundo afora. E, entrevistado que mal ouviu falar das bolsas, diante de Jorge, se vê valorizado. Solta o verbo. Do seu jeito.
E quem faz a capa?
O Vlado, o estrategista, ele faz.
Vai pensar, é claro, que tudo poderá ser melhor. E será, amanhã.
Hoje, precisamos fechar a edição. A pauta é uma só.
Lamentavelmente, com noticias do fim.
E não só isso. Contra o negror dos tempos, também o canto.
Popular, é claro!

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