ou
O Silêncio Da Inocente
J.alves - dramaturgo
Diz a Lei brasileira que quando os pais entram em conflito a prioridade, em qualquer circunstância, é proteger os filhos. Neste caso, falamos da filha do casal clandestino Mônica/Renan. Porém, o que menos tem sido levado em consideração é o que poderia estar pensando ou querendo a filha desse rumoroso enlace e, agora, desenlace sexual. Um dia ela vai crescer e procurar num arquivo perdido de uma biblioteca pública, na Internet ou no instrumento que a vier suceder, o registro de todas as movimentações que se processam hoje. A mulher, hoje criança, se verá diante de uma tortuosa questão: "no ano de 2007 todos queriam F meus pais. De um lado, a turma do PSDB, DEM, PPS, parte do empresariado nacional e a grande maioria da imprensa querendo F com meu pai. De outro, grande parte dos cafajestes do Brasil querendo F com minha mãe, mesmo com um folhetim pornográfico nas mãos ou, quem sabe, um DVD pirata revelando poses que a dita revista não teria publicado". Que dilema!!!
Não é todo dia que filho de senador e/ou jornalista é colocado assim no patíbulo. Dirá ela:
1."Ainda bem que sobrevivi a esse escândalo"!
2."Ainda bem que hoje, passados quase duas décadas, o Brasil superou seus pesadelos e hoje não vive dividido entre os que adoravam ver nas tevês o show de falta de escrúpulos e de outro a "homarada", encantada com as virtudes de um mouse, corretor de celulites, e de um photoshop mágico. Aliás, instrumentos já não usados desde há muito".
3."Felizmente, tudo isso acabou e nada disso me afetou. Mesmo sem nenhum promotor público, saindo em minha defesa. Hoje, com os meus pais, me entendo eu".
São esses os votos desse que escreve essas mal traçadas linhas.
Inútil dizer mais sobre o subproduto do BBB, onde vários são os interesses econômicos em jogo. Menos, é claro, o interesse daquela estrondosa maioria que fica do lado de fora do circo, por não poder adquirir o ingresso ou, quem sabe, nem interessada nessas "vergonhas em praça pública".
No meio disso tudo, um senador que um dia já foi revolucionário diz ser capaz de arrebanhar 10 votos de outros incautos para F o pai da criança. Repete o ex-líder estudantil revolucionário a mesma fábula de seus verdugos do passado. Empunha a bandeira da moralidade, como um profeta de feira, para nos fazer esquecer o episódio nada esclarecido da vida nacional, a pouco mais de um ano. Quanto a este senador, não custa dizer que pensamos sinceramente nas horas, minutos e centavos gastos para a construção de uma liberdade que, afinal, não veio. Quarenta anos se passaram, disso também não é possível esquecer - 08/10/1967. Só nos resta dizer: "Aloízio - vá ouvir, até cansar, aquela atriz brega por nome Cristina Nicolotti, cantando o seu único e estrondoso sucesso (*)".
(*) Tendo dificuldade de entender o recado, basta procurar no Google pelo nome da atriz citada.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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